Uso de tecnologias digitais cresce em testes de neurologia

Uso de tecnologias digitais cresce em testes de neurologia

Um novo artigo publicado no periódico científico Nature indicou que

By Published On: 14/03/2023

Um novo artigo publicado no periódico científico Nature indicou que o uso de tecnologias digitais de saúde, tais como sensores e dispositivos vestíveis (ou wearables) que ajudam na coleta de dados em ensaios clínicos, vem apresentando um crescimento notável na neurologia. Entre 2010 e 2020, o percentual de testes utilizando esses dispositivos aumentou em torno de 39% ao ano, apesar da ocorrência de uma pequena queda em 2021 devido à pandemia.

Estão envolvidos neste estudo pesquisadores da Universidade de Potsdam, do Hospital Universitário de Düsseldorf e da Universidade de Harvard. Essas tecnologias digitais estão sendo implantadas nos testes de neurologia para ampliar a pesquisa, possibilitando uma medição mais contínua de distúrbios crônicos para além do estado momentâneo da doença avaliado durante o ensaio clínico.

Existe um histórico sobre o uso dessas tecnologias digitais de saúde para medição de sintomas da doença de Parkinson, mas a ampliação dos dispositivos alcançou outras condições como a esclerose múltipla, a doença de Alzheimer e a epilepsia, o que se deve também ao desenvolvimento de sensores mais sofisticados e abrangentes. Por exemplo, surgiram tecnologias voltadas para testes cognitivos repetitivos, padrões de fala e monitoramento da deglutição, medições que antes eram muito mais difíceis de serem realizadas.

Nesse sentido, o estudo levantou que os dispositivos estavam sendo utilizados em 8,3% dos estudos de Parkinson, 7,3% dos estudos referentes ao Alzheimer, 5,8% de esclerose múltipla e 3,3% de epilepsia. De forma majoritária, esses estudos rastreavam sintomas como o sono, cognição, função motora e fala. Enquanto isso, uma minoria ficou focalizada em medidas diversas, como adesão à medicação e sinais vitais dos cuidadores dos pacientes.

Os pesquisadores compreendem que, mediante o cenário de crescimento das doenças neurológicas e o desafio do desenvolvimento de terapias para essas condições, há uma tendência de aumento do uso dessas tecnologias digitais. Por isso, empresas farmacêuticas buscam desenvolver e fazer parcerias que envolvam esses dispositivos. Por exemplo, em 2022, um smartwatch desenvolvido pela Alphabet registrou dados que poderiam ser utilizados como biomarcadores da progressão da doença de Parkinson, o que foi utilizado em um estudo também publicado na Nature.

Redação

Equipe de jornalistas da redação do Futuro da Saúde.

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NATALIA CUMINALE

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.

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