Vai ser possível escolher a vacina no SUS?
Vai ser possível escolher a vacina no SUS?
Ao longo dessa última semana, finalmente tivemos alguns avanços no
Ao longo dessa última semana, finalmente tivemos alguns avanços no país em relação às vacinas contra o coronavírus. Nesta sexta-feira, a Anvisa recebeu pedido de uso emergencial da FioCruz (para a vacina de Oxford/AstraZeneca) e do Instituto Butantan (para a Coronavac). Imaginando que as duas recebam o aval positivo da agência, significa que vamos poder escolher qual vacina tomar? A resposta rápida é: pelo SUS, isso é muito improvável. Algumas pessoas têm dito: ‘prefiro esperar a vacina x’; ‘eu só tomo quando chegar a vacina y’….Para quem pensa assim, um aviso: talvez você fique sem vacina.
Em primeiro lugar, é preciso ficar claro que, se autorizadas, ambas vacinas (e qualquer outra que surgir depois) têm o perfil de segurança e eficácia atestados e preencheram os requisitos estabelecidos para a aprovação. O segundo ponto é que, uma vez compradas e distribuídas pelo SUS, não faz o menor sentido que você seja questionado sobre qual imunizante prefere na hora da picada. Considerando que todos foram validados como estratégia de saúde pública, seria contraproducente, pois poderia causar defasagem no estoque (sobrando um ou faltando outro), além de abrir espaço para preconceitos infundados.
Já ficou claro que será necessário mais de uma vacina para imunizar toda população brasileira. Conversei com o infectologista Celso Granato, do Fleury, e ele levantou alguns pontos que estão em aberto:
– Ainda não sabemos como será o critério de distribuição, se regiões diferentes receberão vacinas distintas.
– Será possível, depois de estudos, traçar uma estratégia em que doses de empresas diferentes sejam dadas para a mesma pessoa? Por exemplo, a primeira dose de Coronavac e a segunda de Oxford/Astra?
– Será que cada vacina será destinada para uma faixa etária?
E na clínica privada? Nesse caso, é possível que sim, as pessoas poderão escolher qual vacina preferem tomar na hora da compra. Mas é importante lembrar que não sabemos quando as vacinas chegam para os clientes particulares e nem quais vacinas estarão disponíveis. Pode demorar bastante.
O mais importante é que as pessoas se vacinem.
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NATALIA CUMINALE
Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.