UFABC desenvolve fios de sutura com tecnologia anti-inflamatória
UFABC desenvolve fios de sutura com tecnologia anti-inflamatória
A Universidade Federal do ABC (UFABC) desenvolveu uma nova tecnologia
A Universidade Federal do ABC (UFABC) desenvolveu uma nova tecnologia para fios de sutura. O projeto foi publicado no Journal of Drug Delivery Science and Techology e premiado como o melhor artigo de 2020 no 12º Encontro Mundial de Farmacêutica, Biofarmacêutica e Tecnologia Farmacêutica, que ocorreu de forma remota entre 11 e 14 de maio deste ano. Pesquisadores da Universidade de Liège, na Bélgica, e da Universidade de Bordeaux, na França, também fizeram parte do estudo.
Normalmente os anti-inflamatórios são ingeridos após as cirurgias para impedir dores ou inflamações, mas os novos fios de sutura desenvolvidos pela UFABC são capazes de liberar o anti-inflamatório cetoprofeno na região dos pontos cirúrgicos. A tecnologia torna possível evitar a ingestão de medicação via oral e, segundo os cientistas, a atuação localizada da substância aumenta sua eficiência.
A pesquisadora líder do estudo Mathilde Champeau, professora e doutora do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais da UFABC, afirma ainda que os fios de sutura também são sustentáveis: “Nesse estudo, o dióxido de carbono sob pressão, também chamado de supercrítico, foi utilizado como solvente para impregnar os fios de sutura feitos de polímeros com o cetoprofeno. Nessa tecnologia, o CO2 é removido totalmente do produto final e pode ser reutilizado, resultando em um processo respeitoso com o meio ambiente e adequado para desenvolver produtos para a área da saúde”, revelou em nota para o portal da universidade.
Champeau explica que a tecnologia do dióxido de carbono é conhecida por permitir o controle do medicamento aplicado no polímero e o estudo demonstrou que também é possível administrar a quantidade de substância liberada ao longo do tempo. Com algumas alterações nas condições do processo, o resultado obtido foram fios de sutura com capacidade de liberar substâncias durante 3 dias ou em até 3 meses.
“Esses resultados são promissores, pois mostram a possibilidade de modificar o perfil de liberação do fármaco de acordo com as necessidades farmacológicas”, concluiu a cientista.
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NATALIA CUMINALE
Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.