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Coronavírus no Brasil. E agora?

Natalia Cuminale - 26 de fevereiro de 2020

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Quando falamos sobre saúde, o SUS é a melhor coi

Quando falamos sobre saúde, o SUS é a melhor coisa que temos no nosso país. É graças ao SUS que a pandemia no Brasil não está ainda pior. É também graças ao sistema de saúde universal que temos um calendário nacional de vacinação e a distribuição de medicamentos para doenças crônicas e doenças graves. É por causa do SUS que as pessoas têm atenção básica à saúde, que têm acesso aos coquetéis antiaids e mais uma infinidade de coisas. O Brasil tem o maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo: 95% das cirurgias são realizadas pelo SUS.

É verdade também que o SUS não é só maravilhoso. Ele é desigual, ele é devagar para a incorporação de novas tecnologias e nem sempre consegue salvar as mesmas vidas quando comparado a um plano de saúde. As parcerias com o setor privado existem e temos exemplos de iniciativas excelentes que de fato ajudaram a transformar realidades. Mas é preciso ficar atento a novos decretos com entrelinhas não esclarecidas e que podem de alguma forma minar o que está disponível.

Esse ano foi caótico, inesperado e trágico. Mas também foi o ano de valorizarmos mais a nossa saúde e também o acesso à saúde. Não podemos perder de vista o que já conquistamos até aqui.

Ontem, a OMS alertou para que os países não aban

Ontem, a OMS alertou para que os países não abandonem seus esforços para controlar a covid-19. “Desistir do controle é perigoso”, disse o Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhamon Ghebreyesus. “O controle deve (...) fazer parte da estratégia.” ⁣
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Recentemente tem surgido um movimento de pessoas, sejam cientistas ou políticos, que defendem que não é possível controlar a pandemia e que o melhor seria deixar a vida seguir seu curso natural, protegendo os mais idosos e os grupos de risco. O chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, disse à CNN que o governo Trump "não iria controlar a pandemia" e, em vez disso, escolheria controlar "o fato de obtermos vacinas, medicamentos e outras áreas de mitigação”.⁣
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Ao mesmo tempo em que esse debate ocorre, vemos o aumento de casos de covid-19 nos países europeus. Já temos notícias de que alguns locais adotaram o toque de recolher para reduzir a circulação de pessoas e o lockdown não é uma estratégia totalmente descartada. ⁣
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Aqui no Brasil falhamos em estabelecer medidas de rastreamento de casos. Não houve a disponibilidade de testes para toda a população e as tentativas de contenção foram limitadas. O controle e a vigilância são imprescindíveis para evitar uma disseminação descontrolada. Ao descobrir que uma pessoa está doente, o ideal é notificar as autoridades, isolar e identificar as pessoas que podem ter entrado em contato, fazendo uma barreira de disseminação. Isso é especialmente importante no começo da pandemia e também quando a curva de casos começa a cair, porque é uma forma de evitar que eles subam novamente. ⁣
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Atualmente, vivemos a queda no número de novos casos e uma sensação de que o pior já passou. Ainda não se sabe o que vai acontecer em uma eventual segunda onda e nem se ela virá potente quando as temperaturas diminuírem por aqui. Esperamos, claro, pela vacina ou por um tratamento eficaz, mas não pode ser só isso. Desistir da pandemia e seguir a vida como se o vírus não estivesse por aí provavelmente vai cobrar mais adiante, tanto no número de vidas perdidas como também no impacto econômico.

É impressionante como o tema vacina tomou um rumo

É impressionante como o tema vacina tomou um rumo confuso e bagunçado nos últimos dias. Assim que o coronavírus começou a fazer vítimas pelo mundo, o grande sonho era a chegada de uma vacina. Agora, graças à política, até isso começou a ficar incerto na cabeça das pessoas. Primeiro, há um viés preconceituoso contra a vacina da Sinovac, a tal vacina chinesa. ⁣
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Quem não acompanha de perto e está mais exposto à fake news, acaba indo por um caminho de acreditar que o vírus foi fabricado, que a vacina é para controle populacional e outros absurdos do tipo. E aí entram os políticos que, em vez de educar, brigam por protagonismo e levam à desinformação. ⁣
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Não ajudou muito o governador de São Paulo declarar que a vacina seria obrigatória. Já falei aqui: as pessoas querem tomar a vacina, as pessoas têm consciência sobre a importância da imunização e ninguém mais aguenta ficar com medo do vírus. Agora, falar de uma vacina que ainda nem foi aprovada vai ser obrigatória foi precipitado. E isso é apenas do viés político. Do viés científico, a vacina está sendo estudada por pesquisadores sérios, com milhares de voluntários e tem a parceria do Instituto Butantã, um centro de pesquisa centenário, responsável por diversas vacinas que já tomamos no nosso dia a dia. ⁣
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Para piorar a confusão, o presidente da República decidiu encampar a guerra, que é mais política do que ideológica, contra a tal da vacina chinesa. A desinformação só atrapalha nesse momento, em que todos deveriam estar unidos em busca de uma solução. Temos várias vacinas em estudo e não importa se a primeira aprovada será chinesa, inglesa ou americana. ⁣
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O mais importante é que elas sigam todo o processo científico, tenham a segurança e a eficácia provadas e sejam autorizadas pelos órgãos reguladores. O título do post é “eu vou tomar a vacina” porque tenho recebido várias perguntas inbox sobre isso. É claro que no meu caso talvez demore a receber a imunização, mas o post é para esclarecer que essa guerra política não tem nada a ver com a ciência. Vacinas salvaram vidas e continuam salvando. Tomara que essas candidatas sejam capazes de ajudar a mudar o curso da nossa história. E vocês? Vão tomar a vacina?

Estima-se que a cada 4 pessoas, uma poderá sofr

Estima-se que a cada 4 pessoas, uma poderá sofrer um acidente vascular cerebral, o AVC, ao longo da vida. Fatores como hipertensão, diabetes tipo 2, sobrepeso e obesidade, tabagismo, entre outros, aumentam o risco do derrame. Muito se fala de prevenção, mas pouco se fala sobre o que acontece com a vida de alguém que sofre de um AVC. Na semana que vem, vou conversar com a neurologista Sheila Martins (@martins1691 ), chefe do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento, no Rio Grande do Sul. Ela é também presidente da Organização Mundial do AVC.

A convite da Allergan, a partir do @canalreabilitacao , falaremos sobre prevenção, a importância do diagnóstico rápido e também da reabilitação pós-derrame. Marquem aí na agenda: será na terça-feira, dia 27, às 19h, aqui no insta. Espero vocês!

Eles têm a responsabilidade de cuidar da vida, d

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