Ana Estela Haddad: interoperabilidade e parcerias para inovação devem avançar em 2025

Ana Estela Haddad: interoperabilidade e parcerias para inovação devem avançar em 2025

Abertura de chamadas públicas e expansão da troca de dados entre SUS e saúde suplementar estão na agenda da Secretaria de Saúde Digital

By Published On: 19/02/2025
Abertura de chamadas públicas e expansão da troca de dados entre SUS e saúde suplementar estão na agenda da Secretaria de Saúde Digital

Foto: Rafael Nascimento/MS

Em 2025 a Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI) do Ministério da Saúde deve trabalhar para avançar a interoperabilidade da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) de forma a ampliar a rede com informações da saúde suplementar. Além disso, planeja fomentar projetos de inovação em saúde digital através de programas interinstitucionais. Durante o evento Welcome Saúde, realizado nesta quarta-feira, 19, em Brasília, a secretária de saúde digital, Ana Estela Haddad, deu detalhes sobre movimentações para novas parcerias e colaborações para transformação digital.

Em entrevista ao Futuro da Saúde, a secretária revelou que ainda no primeiro semestre deste ano deve ser aberta a primeira chamada pública do Laboratório InovaSUS Digital. Instituído em abril de 2024, o programa tem como objetivo desenvolver de maneira colaborativa soluções tecnológicas de saúde digital e promover um ambiente permanente de intercâmbio de conhecimento, inovação e desenvolvimento de projetos tecnológicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme Haddad, a pasta está nas fases finais de determinação de parâmetros e diretrizes organizacionais, administrativas e jurídicas para compras públicas. Também está em contato com empresas privadas, a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) e outros players do setor para avançar na articulação e lançar o edital.

“Vamos começar a abrir chamadas públicas no sentido de colocar esse ecossistema da saúde para trabalhar em colaboração e estimular a produção local de inovação que o SUS precisa. Precisamos inovar para fazer saúde digital e é muito importante estimular que a produção aconteça localmente. É uma forma de ter a saúde como também um motor para o desenvolvimento social e econômico do país. Então queremos firmar parcerias com empresas, indústrias e com o terceiro setor para esse processo”, afirma a secretária.

Durante sua fala no evento, Ana Estela destacou que o programa visa articular também os próprios setores do Governo Federal que tratam de tecnologia digital com a cadeia produtiva da saúde. Segundo ela, a secretaria busca trabalhar em conjunto com a rede de Institutos Federais do Ministério da Educação, a Secretaria de Direitos Digitais do Ministério da Justiça e a Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social. “A gente vem procurando trabalhar de forma integrada. Nós precisamos estar unidos para construir no Brasil a soberania digital”, complementou.  

Ampliação da RNDS

Em agosto de 2024 o Ministério da Saúde firmou uma parceria com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) para padronização dos dados de exames e trânsito de informações. Conforme a secretária, mais de 60% dos exames diagnósticos feitos na saúde suplementar são realizados por laboratórios ligados a essa associação, então a parceria vêm para estabelecer uma troca de informações e unir a RNDS com dados do sistema público e privado. “Isso nos interessa para futuramente termos no Meu SUS Digital todos os exames feitos pelo paciente, independente de onde eles foram feitos, de forma a aumentar o acesso e a interoperabilidade”, explica Haddad.

Para a secretária a RNDS já é um modelo bastante consolidado no SUS com a colaboração dos estados e municípios. Por isso, agora é o momento de buscar uma ampliação ainda maior. Para isso, de acordo com ela, a secretaria tem estado em diálogo com o InovaHC, o Núcleo de Inovação Tecnológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), para aumentar o escopo e a discussão sobre a rede como um modelo para todo o país.

“Precisamos dar passos mais largos e construir a interoperabilidade, visto que o modelo da rede vai além de articulações interfederativas. O InovaHC certamente é um parceiro importante para nós e é a academia nesse hub de conexão e articulação nossa com o setor privado. Então vamos ampliar essa possibilidade de troca, mas que sempre vai estar resguardada dentro de um modelo de governança de dados soberano e público, dentro da Lei Geral de Proteção de Dados. Não é abrir os dados dos pacientes, mas sim ter a interoperabilidade e deixar isso acessível para eles e para o profissionais que os atenderem poderem fazer uma continuidade do cuidado, seja no setor público ou privado”, diz a secretária.

Rebeca Kroll
Rebeca Kroll

Jornalista formada pela Universidade Federal de Santa Maria. Foi trainee do programa "Jornalismo na Prática" do Correio Braziliense, voltado para a cobertura de saúde. Premiada na categoria de reportagem em texto na 2ª edição do Prêmio de Comunicação de Saúde na Primeira Infância da Fundação José Luiz Egydio Setúbal.

About the Author: Rebeca Kroll

Jornalista formada pela Universidade Federal de Santa Maria. Foi trainee do programa "Jornalismo na Prática" do Correio Braziliense, voltado para a cobertura de saúde. Premiada na categoria de reportagem em texto na 2ª edição do Prêmio de Comunicação de Saúde na Primeira Infância da Fundação José Luiz Egydio Setúbal.

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NATALIA CUMINALE

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.

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Jornalista formada pela Universidade Federal de Santa Maria. Foi trainee do programa "Jornalismo na Prática" do Correio Braziliense, voltado para a cobertura de saúde. Premiada na categoria de reportagem em texto na 2ª edição do Prêmio de Comunicação de Saúde na Primeira Infância da Fundação José Luiz Egydio Setúbal.