O governo federal lançou o programa Mais Acesso a Especialistas, que pretende otimizar o atendimento à população por profissionais da saúde e reduzir as filas de espera no Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é promover um atendimento mais integrado, com exames, consultas e cirurgias em tempo hábil e de forma a facilitar o serviço ao paciente. A iniciativa foi lançada na segunda-feira, 8, e começará a funcionar nas unidades de saúde a partir de 1º de julho.  

“Trata-se de reduzir tempo de espera. As pessoas têm que ser tratadas com dignidade e o sistema tem que resolver os problemas de saúde, não há diálogo”, disse Nísia Trindade, Ministra da Saúde. Ela ainda mencionou que, em alguns casos, a demora no atendimento significa uma grande piora na saúde do paciente ou até mesmo seu falecimento, uma situação preocupante que deve ser reduzida com o programa. “O que muda é que o atendimento é centrado na necessidade do paciente e não em procedimentos isolados.” 

A estrutura do novo programa será totalmente focada em integração, com foco no atendimento rápido e no tempo certo, com olhar atento ao prontuário de cada paciente, suas necessidades e no acompanhamento de sua saúde. É esperado que a população não fique tanto tempo nas filas por consultas ao especialista ou com datas distantes para realização de exames. Com a integração, os exames devem ser realizados em datas próximas, além de diminuir a quantidade de unidades que um paciente precisa visitar.

O programa também tem integração com médico da família e conta com uma ferramenta de telemedicina do SUS Digital. Por meio de núcleos regionais de transformação digital, especialistas atenderão por meio de consultas online e analisarão diagnósticos de profissionais que atuam na Atenção Primária. O programa Mais Acesso a Especialistas se soma a outras medidas lançadas pelo governo para redução das filas de espera. Algumas delas são o aplicativo Meu SUS Digital, atendimento das UBSs com equipes até 22h, formação de mais equipes de Saúde da Família, além de mais médicos e agentes comunitários.  

“É um programa permanente, é um programa para ficar. Fazer a gestão das cirurgias eletivas, fazer a gestão do cuidado tanto na unidade básica de saúde, como nas áreas ambulatoriais, de consultas, exames, pequenos procedimentos e integrá-los. Esse sistema é a meta”, declarou a ministra.

Foto: Reprodução/Agência Gov.

Mais Acesso a Especialistas

Em entrevista coletiva, Nísia Trindade disse que haverá diálogo entre gestores de saúde, secretários municipais e estaduais, além de negócios com o sistema privado. “Nós vamos contratualizar com o setor privado para atender a essa demanda. Hoje, o setor privado responde por 65% das consultas e exames realizados pelo SUS. Onde for possível utilizar capacidade ociosa para fazer valer esse programa [será utilizado]”.  

Cada nível regional, seja municipal ou estadual, deverá elaborar Planos de Ação com indicação de filas prioritárias e com os serviços e quantidade de cada Oferta de Cuidado Integrado (OCI). No setor privado, as empresas poderão aderir a editais ou ter seus contratos atuais aditivados para oferta das OCIs. 

As cirurgias eletivas também compõem um foco do programa. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de alcançar um milhão de cirurgias por ano até 2026, iniciando em 2024. 

Outro de seus objetivos é o cuidado com pacientes oncológicos, com destaque para câncer de colo de útero, mama, próstata, colorretal e gastresofágico. No ano passado, o ministério voltou com um programa que havia sido paralisado que era instalação de radioterapias lineares para tratamento oncológico pelo Brasil. Um segundo passo é promover a produção de ciência e tecnologia voltada para equipamentos no combate ao câncer.