Brasil Saudável: país lança programa para eliminação e controle de doenças socialmente determinadas

Brasil Saudável: país lança programa para eliminação e controle de doenças socialmente determinadas

Iniciativa governamental visa a eliminar ou reduzir problemas de saúde que já mataram de mais de 59 mil pessoas no país

By Published On: 07/02/2024
Ministra Nísia Trindade durante evento de lançamento do programa Brasil Saudável

Foto: Walterson Rosa/MS

O Ministério da Saúde apresentou na quarta-feira (7) o programa Brasil Saudável, uma iniciativa que tem como meta eliminar ou reduzir 14 doenças e infecções que impactam de forma mais intensa as populações em situação de vulnerabilidade social. Estão no escopo infecções e doenças como tuberculose, hanseníase, HIV/aids e malária. O decreto que institui o programa foi publicado no Diário Oficial da União do próprio dia 7 e o evento de lançamento contou com as presenças da ministra da pasta, Nísia Trindade, e do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, que está cumprindo agenda pelo Brasil, Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), além de outras autoridades.

Ao longo dos últimos anos, as doenças socialmente determinadas foram responsáveis pela morte de mais de 59 mil pessoas no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. O Brasil Saudável surge como resposta a esse desafio, estabelecendo metas alinhadas com as diretrizes da OPAS e da OMS e também dos desafios para o desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Neste contexto, o programa não se limita apenas ao setor da saúde. Ele abordará questões como enfrentamento à fome e à pobreza, ampliação dos direitos humanos e proteção social, qualificação de trabalhadores e movimentos sociais, incentivo à ciência e inovação, além da melhoria da infraestrutura e saneamento básico.
O Brasil Saudável será coordenado pelo Ministério da Saúde, mas contará com a participação de outras 13 pastas do governo federal, por meio do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDDS). O comitê, criado ainda em 2023, terá a missão de criar um plano operacional com as medidas necessárias para a execução do programa. Além disso, o programa também prevê apoio para que as esferas estaduais e municipais consigam aplicar as medidas localmente. O CIEDDS já identificou 175 cidades prioritárias por possuírem altas cargas de duas ou mais doenças ou infecções.

Durante o evento de lançamento, Trindade avaliou que os determinantes sociais estão na raiz de diversos problemas de saúde. “Elas impactam todas as doenças, como as crônicas, o tratamento do câncer. Mas essas doenças do programa são aquelas que vemos que temos condição, com trabalho, política pública, com engajamento da sociedade civil, que permaneçam na história e não no presente”, declarou.

Em seu discurso, Adhanom classificou o programa como ambicioso e que servirá de modelo para outros países: “Acolhemos com bons olhos o compromisso do Brasil de acabar com a tuberculose em 2030, cinco anos antes da data-alvo programada. E também o dossiê que recebemos ano passado com o objetivo de acabar com a filariose linfática, entre outros”. Já Jarbas Barbosa destacou a questão da desigualdade: “É preciso lembrar que os pobres adoecem mais e quando adoecem se tornam ainda mais pobres. Portanto, acho que a saúde dá uma contribuição imensa para que o Brasil possa avançar, a América Latina e o Caribe também”.

Redação

Equipe de jornalistas da redação do Futuro da Saúde.

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NATALIA CUMINALE

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.

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