Professores têm mais chance de transmitir coronavírus em escolas do que alunos, diz estudo do CDC

Professores têm mais chance de transmitir coronavírus em escolas do que alunos, diz estudo do CDC

Professores estão mais propensos a causar surtos de Covid-19 nas […]

By Published On: 25/02/2021

Professores estão mais propensos a causar surtos de Covid-19 nas escolas do que os alunos, segundo estudo publicado nesta semana pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

Com a volta às aulas, é natural que os pais fiquem preocupados sobre os possíveis riscos de contágio pelo novo coronavírus. O debate do retorno à rotina escolar sempre levou em consideração a capacidade reduzida de transmissão das crianças e os protocolos necessários para diminuir o contágio. Agora, um novo estudo apontou que o agente causador dos surtos escolares pode não ser necessariamente os alunos estarem reunidos em uma sala: o contágio pode vir a partir dos educadores.

Como foi o estudo

Em meados de dezembro, seis escolas públicas de ensino fundamental do estado de Georgia, nos Estados Unidos, apresentaram muitos casos de coronavírus. 

A investigação realizada pelo CDC foi impulsionada pelos surtos da doença na região. Ao todo, a instituição analisou 8 escolas, 700 funcionários e 2.600 alunos da cidade de Atlanta entre os dias 1 de dezembro e 22 de janeiro. 

O resultado foi que 9 grupos de pessoas foram contaminadas. Nos grupos, foram identificados 13 professores e 32 estudantes de seis das oito escolas analisadas. 

Dos grupos, 8 deles possuíam um educador e em 4 deles o primeiro paciente a ser identificado com o novo coronavírus eram professores. 

A conclusão do relatório foi que a contaminação dos alunos está associada à infecção dos educadores. O rastreamento aponta que isso aconteceu devido à reuniões e almoços entre os professores.

Máscara e distanciamento são necessários

O problema foi a falta de distanciamento e do uso de máscaras. Em 5 grupos os alunos fizeram o uso inadequado das máscaras. Além disso, todos os grupos aderiram menos do que o recomendado ao distanciamento físico. Uma das violações da recomendação foram nas salas de aulas de muitas escolas, que estavam com a lotação maior do que a recomendada e consequentemente, impossibilitando o distanciamento.

No Brasil, o retorno escolar ainda está sendo discutido e não voltou totalmente em todas as escolas e universidades do país. Para evitar surtos, seguir as medidas recomendadas e vacinar os profissionais são medidas que podem ajudar a tornar os ambientes escolares mais seguros.

Segundo o CDC, as principais estratégias contra a disseminação da Covid-19 são:

  • Máscaras (sendo usada corretamente e por todos);
  • Distanciamento físico; 
  • Lavar as mãos; 
  • Limpar instalações;
  • Melhorar a ventilação;
  • Rastreamento de contato;
  • Isolamento e quarentena.
Redação

Equipe de jornalistas da redação do Futuro da Saúde.

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NATALIA CUMINALE

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.

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  • Rosana Richtmann

    Infectologista do Instituto Emílio Ribas, Chefe do Departamento de Infectologia do Grupo Santa Joana e Membro dos Comitês de Imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia, de Calendários da Sociedade Brasileira de Imunização e do Comitê Permanente em Assessoramento de Imunização da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. É graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos e possui Doutorado em Medicina pela Universidade de Freiburg, na Alemanha

  • Rebeca Kroll
    Rebeca Kroll

    Jornalista formada pela Universidade Federal de Santa Maria. Foi trainee do programa "Jornalismo na Prática" do Correio Braziliense, voltado para a cobertura de saúde. Premiada na categoria de reportagem em texto na 2ª edição do Prêmio de Comunicação de Saúde na Primeira Infância da Fundação José Luiz Egydio Setúbal.

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