Fundos de Private Equity estão mais seletivos na saúde e focam em tecnologia, diz consultoria

Fundos de Private Equity estão mais seletivos na saúde e focam em tecnologia, diz consultoria

A consultoria global norte-americana Bain & Company divulgou um relatório

By Published On: 18/01/2023

A consultoria global norte-americana Bain & Company divulgou um relatório sobre o comportamento do mercado de Private Equity na saúde em 2022 e as perspectivas para 2023. O documento aponta que o ano passado foi o segundo mais forte na história desse mercado — atrás apenas de 2021 –, mas que os fundos afunilaram o foco e se tornaram mais seletivos, algo que tende a se repetir para o ano de 2023.

O Private Equity é um tipo de investimento privado em que o investidor faz um aporte direto de capital em uma empresa para financiar suas operações, de olho no crescimento dela a médio e longo prazo. Além do aporte, ele pode contar também com uma participação mais direta na gestão.

O relatório aponta que o primeiro semestre de 2022 manteve um ritmo crescente no volume e valor dos negócios de Private Equity, tal como havia sido em 2021. Contudo, a partir do terceiro trimestre do ano passado as instabilidades de mercado proporcionadas pela inflação, questões geopolíticas e pressão da taxa de juros afetaram esse mercado.

Isso levou a uma redução na expectativa de número de negócios, partindo do recorde histórico de 515 negócios registrados em 2021 para cerca de 400 em 2022. O relatório apontou ainda que os 10 maiores acordos de compra no ano atingiram um valor em torno de US$ 32 bilhões, concentrando 40% do valor total do negócio acumulado no ano.

A partir desse cenário mais adverso do terceiro trimestre os fundos de Private Equity também começaram a ser mais seletivos sobre onde aportar investimentos, com algumas áreas como lifescience e tecnologia da informação em saúde despertando mais interesse — os investidores enxergam essa última área como uma oportunidade de longo prazo de redefinição da prestação de cuidados e aceleração dos avanços clínicos.

Além disso, o levantamento destaca que mudanças ocorridas na política do banco central na América do Norte e Europa levaram a um mercado de crédito mais restrito e, neste contexto, os fundos de Private Equity indicaram que o financiamento de crédito, que tradicionalmente superava US$ 1 bilhão, está praticamente indisponível, o que pode frear o fechamento de grandes negócios para 2023.

Por fim, apesar da desaceleração do segundo semestre de 2022, o relatório indica que as empresas continuaram a criar fundos voltados para a saúde e, segundo dados da Preqin, houve um levantamento de mais de 300 fundos de Private Equity pelo segundo ano seguido. A expectativa é que essa tendência se mantenha para 2023 e que os setores biofarmacêutico e de tecnologia da informação em saúde se continuem atraindo interesse mesmo em um cenário de recessão.

Redação

Equipe de jornalistas da redação do Futuro da Saúde.

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NATALIA CUMINALE

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.

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