IA: porque a IBM saiu do mercado de saúde e vendeu seus ativos do Watson Health

IA: porque a IBM saiu do mercado de saúde e vendeu seus ativos do Watson Health

No início da semana, a notícia de que IBM anunciou

By Published On: 28/01/2022

No início da semana, a notícia de que IBM anunciou a venda de seus ativos na Watson Health, plataforma de inteligência artificial com foco em soluções para a saúde, reascendeu um debate antigo no setor: os desafios da inteligência artificial.

Agora, os dados de saúde da empresa foram repassados para a Francisco Partners, empresa de private equity que investe em tecnologias e deve tornar a Watson Health um produto rentável para o mercado de saúde. O valor do acordo não foi revelado. Entretanto, um relatório da Axios estima que a venda tenha sido no valor de 1 bilhão de dólares. Entre as aquisições, a Francisco Partners obteve a maior fatia de ativos nas soluções de insights, desenvolvimento clínico, software de análise de imagens, programa de gestão de social e outros.

Desenvolvida em 2015, a venda da Watson Health contrasta com os rumos das demais empresas do mercado. Como a Microsoft, por exemplo, que investiu cerca de 20 bilhões de dólares na Nuance, com foco em tecnologias de reconhecimento de voz para clínicas.

Por trás da decisão

Em 2015, quando a IBM lançou a Watson Health, o objetivo era fornecer soluções tecnológicas que auxiliassem o trabalho médico. Entretanto, os 4 bilhões de dólares investidos pela IBM geraram pouca rentabilidade.

Em 2021, o WSJ informou que a divisão de saúde gerava cerca de 1 bilhão de dólares anuais, mas com poucos lucros. As perdas financeiras geradas pela Watson Health fizeram com que a IBM optasse por sair do mercado de saúde. Agora, a empresa redireciona seu foco para a criação de serviços de TI legado em nuvem.

Dificuldades de trabalhar com IA na saúde

Ao decidir investir em saúde, a IBM seguia a tendência crescente do mercado. Entretanto, só agora as empresas começam a perceber a complexidade de trabalhar com dados sensíveis e treinar as tecnologias de IA corretamente dentro deste propósito.

Na saúde, a inteligência artificial demonstra seu valor ao gerar percepções inovadoras. Porém, para se ter dados melhores, é necessário pensar além da quantidade de dados. Sem a profundidade adequada, surgem riscos, como: impacto negativo na vida de um paciente, perdas financeiras, processos jurídicos e outros.

No ano passado, Arvind Krishna, CEO da IBM, admitiu para o “Axios on HBO” sobre a percepção de que a empresa possa ter prometido mais do que entregou. “Os cuidados de saúde sempre serão mais sutis, mais regulamentados pelas razões certas, do que em outras áreas”, afirmou Krishna. “E para mim, isso é natural. É uma decisão que pode impactar a vida ou a morte de alguém. Você tem que ter mais cuidado. Então, na área da saúde, talvez estivéssemos otimistas demais” concluiu o CEO.

Redação

Equipe de jornalistas da redação do Futuro da Saúde.

About the Author: Redação

Equipe de jornalistas da redação do Futuro da Saúde.

Leave A Comment

Recebar nossa Newsletter

NATALIA CUMINALE

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.

Artigos Relacionados

Redação

Equipe de jornalistas da redação do Futuro da Saúde.