Por que ficar em casa?
Por que ficar em casa?
Você está mudando os hábitos?
Parece que nos últimos dias o Brasil foi dividido em dois grandes grupos: aqueles que acham que a reação ao coronavírus é exagerada (aqui um subgrupo defende até teorias da conspiração) e aqueles que observam as notícias e se dispõem a fazer o que for necessário, como ficar em casa, para frear o vírus (aqui outro subgrupo exagera no consumo das notícias e entra facilmente em pânico).
Há algum tempo, a polarização está presente em nossas vidas e estamos vivendo isso também no combate ao vírus. Desprezo versus Pânico. Individualidade versus Comunidade. Economia versus Saúde. Barzinho versus Netflix. Fake News versus Fake News (essas estão em todos os lugares).
Mas afinal, por que ficar em casa? No fim de semana surgiu um movimento mundial chamado #staythefuckhome. O manifesto para que as pessoas levem o coronavírus à sério e fiquem em casa foi criado por um alemão e compartilhado no mundo todo. Outros textos e mensagens sobre o tema têm se espalhado nas redes sociais. Os europeus querem nos avisar para dar a atenção que o vírus merece – o que eles não fizeram – antes que seja tarde demais.
Em poucas palavras, a explicação para ficar em casa é simples. Provavelmente será muito difícil parar o avanço do covid-19, ele já está circulando em todos os continentes. Mas podemos diminuir a velocidade que ele se espalha. Isso é importante para que o sistema de saúde ganhe fôlego e tenha capacidade para atender todas as pessoas que ficarão doentes. É melhor que mil pessoas se infectem ao longo de um mês do que todas fiquem doentes juntas na mesma semana. Nenhum sistema de saúde, mesmo os de países mais desenvolvidos que o nosso, seria capaz de atender uma demanda súbita dessas.
A quarentena, que é a restrição do movimento declarada por uma autoridade, pode acontecer quando houver 80% de ocupação dos leitos de UTI disponíveis. Aqui no Brasil, ainda não chegamos lá. Mas o Ministério da Saúde já pediu para que evitemos aglomerações, para que as empresas cancelem viagens desnecessárias e para que os idosos se resguardem. Alguns estados já interromperam as aulas, algumas pessoas já estão de home office, eventos e shows foram cancelados. Haverá um impacto econômico? Sem dúvida. Já está afetando diversos setores. Pode ser excesso de zelo? Tomara. E se não for?
Recebar nossa Newsletter
NATALIA CUMINALE
Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.