Pessoas com doenças crônicas cuidaram menos da saúde na pandemia, aponta pesquisa

Pessoas com doenças crônicas cuidaram menos da saúde na pandemia, aponta pesquisa

Uma nova pesquisa da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial

By Published On: 25/05/2021

Uma nova pesquisa da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) apurou que 43% das pessoas com doenças crônicas reduziram a busca por atendimento médico durante a pandemia do novo coronavírus. Destes, 47% foram aconselhados pelo próprio médico a adiar ou diminuir o número de visitas, enquanto 53% decidiram por si mesmo.

Dentre os exames mais adiados ou feitos com menos frequência estão os de sangue, com 30%, mamografia, com 27%, preventivo de colo de útero e urina, com 24%, e eletrocardiograma, com 23%. Já os exames de raio X, ressonância magnética e tomografia computadorizada foram os que menos sofreram alterações e seguiram com uma frequência de cerca de 90%.

O estudo entrevistou 200 pessoas dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro com idades indo de 18 a 75 anos. A renda também foi levada em consideração: 59% dos pacientes eram da classe C, 16% da D/E e 26% das classes A/B. As doenças mais comuns entre 86% entrevistados foram diabetes, cardiovascular, tireoide e gástrica, renal, neurológica, câncer, reumática e AIDS.

Os participantes da pesquisa também responderam questões sobre o controle de suas doenças: enquanto na vida pré-pandemia 95% afirmavam que a doença estava controlada, durante a pandemia o índice caiu para 80%. Para os 20% que entender que está descontrolado, os motivos foram atribuídos ao estresse e à ansiedade.

“Algumas consequências já foram observadas ao logo dos meses. Alguns pacientes chegando aos hospitais com quadros avançados de infarto, acidente vascular cerebral, processos infecciosos ou até mesmo vindo a falecer em domicílio. Outra parcela deixou de monitorar por um período de meses suas doenças crônicas e outros receberão cuidados apenas quando a pandemia acabar – visto que ainda continuam reclusos”, comentou em nota Carlos Eduardo dos Santos Ferreira, presidente da SBPC/ML.

Hábitos saudáveis

Outros números que também chamaram atenção foram quanto aos hábitos saudáveis. Entre as pessoas que admitem ter a vida pouco ou nada saudável antes e depois da crise sanitária, o percentual subiu de 19 para 26%. Já para aqueles que consideravam suas vidas saudáveis ou muito saudáveis, caiu de 43% para 33%. No contexto da prática regular de atividade física, 31% dos entrevistados afirmaram se exercitar menos do que no período anterior à pandemia e destes, 22% interromperam totalmente o hábito. Quanto à alimentação, 51% admitiram estar comendo mais ou muito mais, quando comparado à antes da pandemia, enquanto 10% demonstraram ter alguma redução. Para 39% dos entrevistados, a alimentação não sofreu alterações.

Redação

Equipe de jornalistas da redação do Futuro da Saúde.

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NATALIA CUMINALE

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.

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