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Novo PAC: veja como serão distribuídos os R$ 30,5 bilhões do programa na saúde

Ao todo, novo PAC vai investir R$ 1,7 trilhão em todos os Estados do Brasil e deve fomentar o investimento em políticas públicas

               
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Novo PAC na saúde
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro - RJ. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Nesta semana a Ministra da Saúde Nísia Trindade detalhou os planos de investimento do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na área de saúde. Dos R$ 1,7 trilhão anunciados para todo o programa, R$ 30,5 bilhões serão aplicados ao setor entre 2023 e 2026 divididos em cinco pilares: atenção primária (R$ 7,4 bilhões), atenção especializada (R$ 13,8 bilhões), preparação para emergências em saúde (R$ 272 milhões), Complexo Econômico e Industrial da Saúde (R$ 8,9 bilhões) e telessaúde (R$ 150 milhões).

Um dos principais objetivos é expandir a cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS), universalizando serviços da atenção primária e especializada, e combater os vazios assistenciais em diferentes serviços. Os aportes incluem a construção de hospitais especializados e unidades básicas de saúde, ampliação do SAMU para todo o território nacional, expansão de unidades de telessaúde e atuação de médicos de saúde da família, iniciativas de saúde mental, construção de fábricas para produção de insumos e biológicos, dentre outros.

Além disso, o tratamento de câncer também ganha notoriedade. Inclusive, semana passada, a câmara aprovou a criação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer no SUS, que pode trazer mais equidade para o tratamento da doença. Também estão previstas ações para preparar o Brasil para emergências sanitárias.

Veja abaixo como serão aplicados os R$ 30,5 bilhões na área da saúde.

Atenção primária: R$ 7,4 bilhões

  • Unidades Básicas de Saúde (UBS): R$ 200 milhões para retomada e conclusão de obras de 600 UBS e R$ 7 bilhões para construção de 3 mil novas unidades, com prioridade para municípios mais pobres e saúde indígena. O Maranhão é o estado que terá mais cidades contempladas, com 59, seguido por Pará (38), Piauí (34), Bahia (25), Rio de Janeiro (23) e Ceará e Amazonas (22); 
  • Saúde bucal: R$ 200 milhões para entregar 360 unidades odontológicas móveis mais modernas, ampliando o programa Brasil Sorridente;

Atenção especializada: R$ 13,8 bilhões

  • Maternidades: R$ 7,8 bilhões para construção de 60 maternidades e 90 centros de parto normal;
  • Hospitais Estaduais e Federais: R$ 2,5 bilhões para construção ou ampliação de 15 unidades estaduais e duas federais;
  • Policlínicas: R$ 1,7 bilhão para a ampliação de serviços ambulatoriais com a construção de 90 policlínicas;
  • Radioterapia: R$ 600 milhões para ampliar as soluções de radioterapia no SUS, o que inclui aquisição de novos equipamentos;
  • Samu: R$ 400 milhões para universalizar o Samu, através da inclusão de 1,6 mil municípios no programa e a entrega de 850 novas ambulâncias e 10 centrais. A prioridade será para as regiões mais vulneráveis. A meta é chegar em 97% da população coberta – atualmente está próxima dos 87%;
  • CAPS: R$ 400 milhões para construir 200 centros de atenção psicossocial (CAPS);
  • Centros de reabilitação: R$ 400 milhões para construir 60 centros especializados para pessoas com deficiência;

Durante o detalhamento dos investimentos, Trindade destacou que a expansão da radioterapia é de extrema importância, porque muitos pacientes percorrem mais de 400 km para realizar o procedimento. O secretário de assistência especializada à saúde, Helvécio Magalhães, destacou que a política de combate ao câncer se dará em algumas frentes: prevenção, que inclui desestimular o uso do tabaco, do álcool e de alimentos ultraprocessados, o rastreamento da doença, principalmente dos cânceres de mama, colo do útero e cólon, diagnósticos precoces por meio de exames e tratamento. Assim como a ministra, ele destacou a distribuição de aceleradores lineares (usados na radioterapia). “Temos 58 aceleradores operando e 34 em obras ou prestes a chegar. No PAC um dos componentes é a radioterapia. É preciso que chegue cada vez mais perto das pessoas”, explicou o secretário. 

Em nota ao Futuro da Saúde, a pasta afirmou que tem se esforçado para agilizar o processo de diagnósticos e modernizar diferentes tipos de tratamentos, com o desafio de firmar o diagnóstico precoce. “Uma das maneiras de o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ampliar o acesso ao tratamento de câncer no país, com a ampliação da oferta de serviços de radioterapia, é a compra centralizada de equipamentos nos próximos quatro anos. Isso permitirá maior agilidade para o sistema e redução de custos na compra de aceleradores”.

Na ocasião, a ministra também destacou a construção de maternidades, já que o país dobrou a taxa de mortalidade materna, realidade que distancia o Brasil ainda mais do cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU – levantamento do Ministério da Saúde aponta que a taxa aumentou 105% entre 2019 e 2021, passando de 1,58 para 3,30.

Também foram detalhados na coletiva de imprensa os investimentos no Instituto Nacional do Câncer (Inca) e no Grupo Hospital Conceição (GHC), do Rio Grande do Sul. Para o Inca, a meta é ampliar a oferta de serviços e pesquisa para o combate ao câncer com equipamentos de radioterapia (+40%), leitos de internação (+22%), leitos de CTI/Semi-intensiva (+68%), salas cirúrgicas (+20%) e poltronas de quimioterapia (+40%). O investimento específico será de R$ 394 milhões para fortalecer a rede de oncologia. Para o GHC, a proposta é o Centro de Atendimento ao Paciente Crítico e Cirúrgico e Centro de Apoio ao Diagnóstico e Terapia. Este vai ampliar a oferta de exames e procedimentos terapêuticos e qualificar o acesso. O investimento é de R$ 233 milhões. Ambos estão dentro dos R$ 2,5 bilhões previstos no eixo de hospitais estaduais e federais.

Complexo Industrial da Saúde: R$ 8,9 bilhões

  • Imunobiológicos, fármacos e equipamentos: R$ 6 bilhões para estruturação e modernização de instituições públicas e ICTs para fortalecer a cadeia de produção de vacinas, medicamentos e equipamentos;
  • Nova planta da Fiocruz: R$ 2 bilhões para a construção do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS), que consistirá em fábricas no Campus Santa Cruz e deverá ser o maior centro de produção de produtos biológicos da América Latina, com capacidade de produção estimada de 120 milhões de frascos de vacinas e biofármacos por ano;
  • Hemobrás: R$ 900 milhões para finalizar a construção do Parque Fabril de Hemoderivados e Biotecnologia, que vai diminuir a dependência externa de hemoderivados e pode gerar R$ 400 milhões de economia ao SUS, e na qualificação da hemorrede;

No anúncio de detalhamento do investimento, a ministra destacou o desenvolvimento do Órion – um laboratório de biossegurança máxima (NB4) que será construído no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP). Será a primeira construção de um laboratório de nível de segurança 4 (NB4) do Brasil em conjunto com o MCTI. O investimento é de R$ 1 bilhão. Neste espaço serão desenvolvidas pesquisas sobre doenças graves e com alto grau de transmissibilidade, como ebola e o SARS-CoV-2. 

Preparação para emergências sanitárias: R$ 272 milhões

  • Laboratórios: R$ 217 milhões para aquisição de equipamentos para 47 laboratórios de saúde pública, com o objetivo de acelerar os resultados de pesquisas;
  • Centro de Inteligência Genômica (CIGEN): R$ 40 milhões para a criação do CIGEN, que inclui softwares de bioinformática para resolução de problemas biológicos, além de identificar variantes de patógenos circulantes, genes e o comportamento do agente;
  • Memorial da pandemia: R$ 15 milhões para restaurar o Centro Cultural do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, RJ, e construir o Memorial da Pandemia, previsto para inaugurar em 2025;

Telessaúde no Novo PAC: R$ 150 milhões

  • Núcleos de telessaúde: R$ 104 milhões para a instalação de 52 novos núcleos de telessaúde – atualmente são 13 –, que terão o objetivo de integrar unidades básicas, centros de referência, policlínicas, hospitais, além de instituições de ensino superior federais e estaduais;
  • Equipamentos multimídia: R$ 46 milhões para aquisição de 3 equipamentos multimídia para teleconsulta;

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