Ministra da Saúde diz que é importante ter agendas de convergência com a saúde suplementar
Ministra da Saúde diz que é importante ter agendas de convergência com a saúde suplementar
Nísia Trindade falou sobre judicialização da saúde, agenda que está em pauta no SUS e na saúde suplementar e que ganha aproximação do Judiciário.
A ministra da Saúde Nísia Trindade disse nesta quinta-feira, 28, que é importante que a pasta tenha agendas de convergência com a saúde suplementar. A fala foi feita durante a 11ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestora Tripartite (CIT), espaço de pactuação de temas e políticas junto ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
“A saúde suplementar tem esse ponto muito em comum que é o desafio da judicialização, além de fraudes e outros temas, como a necessidade de uma maior autonomia no país em medicamentos e vacinas. Então, é importante termos essas agendas de convergência com a saúde suplementar”, afirmou Nísia, ressaltando que o tema foi pauta do Congresso da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), realizado nos dias 21 e 22 de novembro.
A ministra também reforçou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a judicialização da saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com acordos sobre a definição de critérios mais rígidos para o fornecimento de medicamentos não incorporados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e a divisão de custeio entre União, estados e municípios, foram destaque no Congresso Nacional do Fórum Nacional do Poder Judiciário para a Saúde (Fonajus).
“Além também de uma necessidade histórica de chegar a uma pactuação entre o governo federal, estados e municípios, também foi muito colocada a judicialização, que deve ser uma exceção não a regra. Também queria destacar muito o papel da Conitec. Às vezes a gente vê propostas, dizendo ‘vamos criar outra coisa’, ‘experiência internacional’. Tudo o que fizemos olhou para experiências internacionais, mas foi feito para o modelo SUS, em uma população de mais de 200 milhões de habitantes e que ainda vive com a persistência da desigualdade social e regional”, disse Nísia.
A fala surge em um momento de aproximação entre o Ministério da Saúde e a saúde suplementar, em especial no âmbito da saúde digital e interoperabilidade de dados. Também é possível observar que o Judiciário também se aproxima do setor privado, em um momento de judicialização em torno de medicamentos de alto custos e ampliação de cobertura de tratamentos para transtorno do espectro autista (TEA).
Levantamento da Abramge, utilizando dados da ANS, aponta que R$ 5,5 bilhões foram gastos pelas operadoras com processos judiciais em 2023. Houve um aumento de 37,6% em relação ao ano anterior, o que tem contribuído para que os magistrados busquem, junto ao setor, avançar na desjudicialização da saúde.
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NATALIA CUMINALE
Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.