Jessé Alves, gerente médico de vacinas da GSK: “Imunização é um dos pilares para um envelhecimento saudável”

Jessé Alves, gerente médico de vacinas da GSK: “Imunização é um dos pilares para um envelhecimento saudável”

Em episódio especial do Futuro Talks, o infectologista Jessé Alves aborda o papel da imunização para uma longevidade com qualidade de vida

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By Published On: 07/01/2025
Jessé Alves - Futuro Talks 3

O mais recente episódio especial de Futuro Talks recebeu o infectologista Jessé Alves, gerente médico de vacinas da GSK, para uma conversa sobre envelhecimento e os pilares para uma longevidade saudável. Em sua visão, a adoção de hábitos saudáveis com foco em prevenção é um deles e, neste contexto, a imunização ao longo da vida se apresenta como um dos principais fatores.1,2

Durante a conversa, Alves lembrou que, por uma série de razões, por muitos anos o foco da vacinação foi o público infantil. Contudo, segundo ele, com os avanços da ciência, do conhecimento sobre diversas condições e doenças infecciosas e as tendências de longevidade, a imunização tem virado uma aliada para a prevenção e qualidade de vida ao longo de todas as fases da vida. Tanto é, como reforçado pelo infectologista, o próprio calendário vacinal se ampliou para abranger a proteção de adultos e idosos.1,3

A proteção por meio de vacinas se torna ainda mais importante ao considerar o fenômeno da imunossenescência, que se caracteriza pela redução natural da capacidade de defesa do sistema imunológico do indivíduo com o passar dos anos.4 Neste sentido, Alves trouxe exemplos da importância da imunização contra algumas condições, como a gripe e o vírus sincicial respiratório, que pode trazer consequências mais severas para crianças e idosos,5,6 além do herpes zoster, doença provocada pelo mesmo vírus da catapora – segundo o gerente médico de vacinas da GSK, estimativas apontam que após os 50 anos ele pode voltar a se manifestar em cerca de 30% das pessoas que o carregam.7,8

Na entrevista, Alves ainda comentou da importância da prevenção não só para os indivíduos, mas para a sustentabilidade do sistema de saúde, falou sobre tendências de desenvolvimento de novos imunizantes, explorou o perfil do novo idoso e traçou tendências para o futuro do envelhecimento.

Confira a entrevista a seguir:

 

Dados da OMS mostram que o número de pessoas acima de 60 anos no mundo saiu de 12% em 2015 para 22% em 2050, superando inclusive a quantidade de crianças menores de 5 anos. Eu queria abrir a nossa conversa justamente com esse dado, perguntando o que já sabemos do impacto das nossas ações na nossa longevidade.

Jessé Alves – Bom, eu acho que essa é uma reflexão muito importante. Eu acho que talvez estejamos até atrasados nessa reflexão. A população mundial está envelhecendo e o Brasil talvez esteja envelhecendo de forma mais rápida do que outros países envelheceram, se a gente considerar a Europa, o Japão, que já são regiões em que há uma porcentagem muito significativa de pessoas acima de 60 ou de 65 anos. Existe um dado do IBGE que eu acho que é bem impressionante, que compara o que a gente tem em 2020, a proporção de pessoas com 65 anos no Brasil, que é cerca de 10%, 11%, e a expectativa para 2060, que um quarto da população tenha 65 anos ou mais. Isso eu acho que tem um impacto direto nas políticas de saúde, na economia, nas questões sociais, nas relações sociais. Então, o envelhecimento impacta em muitas questões. É claro que a minha capacidade de entender esse assunto é muito mais focada na saúde, mas a gente tem muitas questões ligadas à parte social e à parte econômica que precisam ser planejadas desde já.

E o que fazemos hoje, antes de envelhecer, impacta na nossa longevidade?

Jessé Alves – Certamente. Só frisando que eu sou um infectologista, não sou um especialista em envelhecimento, mas é um senso comum que os hábitos de vida de hoje vão garantir a sua saúde como um indivíduo mais velho. Eu nem gosto muito de usar a palavra idoso, mas eu acho que cuidados com alimentação, atividade física, cuidados com a socialização, todas essas questões são muito importantes e impactam na sua saúde física e na sua saúde mental.

Vamos aprofundar na questão da infectologia, mas antes eu queria bater um papo para entender se as pessoas hoje estão mais conscientes, se você tem visto isso, se hoje olhamos mais para a nossa saúde de uma forma não só estratégica, mas consciente do que fazemos, do que nos alimentamos, de como nos cuidamos, de quais são os hábitos que usamos no nosso dia a dia para impactar o nosso futuro.

Jessé Alves – Olha, eu não sei se eu tenho dados objetivos e pesquisas que demonstram isso, mas certamente as pessoas estão muito mais conscientes. Existe muito mais comunicação a esse respeito, muito mais informação. Aqui é um exemplo disso. Temos muito mais redes sociais que tratam do assunto, às vezes nem sempre da melhor forma e nem sempre falando a informação mais correta. Mas eu acho que, sim, as pessoas estão buscando informação sobre alimentação, sobre atividade física. Eu acho que até mesmo a preocupação estética manifesta, de uma certa forma, uma preocupação com essa questão do envelhecimento. E eu acho que tudo tem que vir junto.

Agora, vamos entrar no tópico de vacinação. É comum associar a vacinação quando temos um bebê em casa, que você tem toda uma carteira de vacinação para seguir mês a mês, às vezes mais de uma por vez, e uma preocupação muito grande em ter essa carteira preenchida. Claro que, com a pandemia, também entendemos a importância da vacinação em outros contextos, mas eu queria ouvir a tua opinião sobre a consciência da sociedade sobre a vacinação em pessoas que não sejam crianças ou não em epidemias, por exemplo, adultos e idosos. Eles precisam ser vacinados?

Jessé Alves – Certamente. Vacinação é algo que precisamos manter ao longo de toda a vida. É claro que a criança precisa muito de vacinas porque ela ainda não foi exposta a uma série de doenças, ela é vulnerável de forma muito ampla às manifestações graves de algumas dessas doenças. Por isso que sempre se dedicou muito mais atenção à vacinação nessa faixa da vida, porque tínhamos altos níveis de mortalidade infantil há décadas e muito disso era devido a doenças infecciosas. Então, se formos lembrar do sarampo, da varíola, que é uma doença que nem existe mais e foi erradicada por causa de vacinas, catapora, coqueluche. Ou seja, posso citar aqui um monte de doenças que eram frequentes nas crianças há poucas décadas e que praticamente não ouvimos mais falar. Então, certamente por isso que sempre se priorizou essa faixa etária, mas os adolescentes precisam de vacinas, o adulto, dependendo de situações especiais. Por exemplo, a mulher no período da gestação precisa de vacinas específicas e, à medida que vamos envelhecendo, também vamos ficando vulneráveis a algumas infecções específicas que podem ser evitadas através de vacinação. Então, hoje em dia, não falamos mais de vacina para esta ou para aquela faixa etária. A vacina é algo que deve ser pensado ao longo de toda a vida. 

Você acredita que as pessoas têm essa compreensão de que tem um calendário vacinal para todo mundo, não só para criança?

Jessé Alves – Eu acredito que ainda não. Isso não é um problema só de países como o Brasil, mas mesmo em países desenvolvidos as pessoas ainda não têm essa consciência de que existem vacinas que podem ser feitas em diferentes fases da vida e que vão garantir não só uma vida mais longa, mas também uma vida com mais qualidade. Eu acho que ainda falta um pouco de conscientização. E não é só do público em geral, mas eu acho que falta conscientização até dos próprios profissionais de saúde, que ainda não utilizam essas ferramentas como algo na sua rotina, na sua prática clínica.

Então, existe mesmo, um calendário. Quando você é criança, tem que tomar essa vacina aqui. Depois, na adolescência, você tem que tomar essa. Quando você atinge determinada faixa etária, outra. É assim?

Jessé Alves – É assim mesmo. Existem diferentes calendários de vacina. Podemos falar daquilo que é oferecido no Sistema Público de Saúde, do calendário de vacinas do SUS: vacinas para a criança, para o adolescente, para a gestante e para o idoso. Ou, ainda nessa fase adulta, em algumas situações especiais, pessoas com alguma doença que reduz a sua capacidade de resposta imunológica. E também existem calendários de sociedades médicas, como a Sociedade Brasileira de Imunizações, por exemplo, Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia, Sociedade de Geriatria. Todas elas têm calendários vacinais direcionados para diferentes faixas etárias.

E por isso a importância de ter essa conversa muito aberta com o médico, para entender o que eu preciso fazer.

Jessé Alves – Exatamente. Eu acho que é muito legal se o próprio paciente, quando for na consulta, questionar o médico “minhas vacinas estão em dia?”, da mesma forma que fez isso com seus filhos ou com seus netos, traga essa discussão para a consulta de rotina. Porque às vezes o médico está tão preocupado com outras questões, em modificar o tratamento, em saber como está a evolução da doença daquele indivíduo, que realmente acaba deixando isso como algo secundário. E se o paciente traz essa discussão, certamente o médico vai colocá-la também como uma prioridade.

Queria te ouvir um pouco mais sobre essa questão do preparo médico, da informação do médico em relação a isso, porque vamos ao médico para um determinado problema. Claro que, com o envelhecimento, temos o papel do geriatra que talvez faz essa administração da saúde de uma forma como um todo. Mas como você tem visto isso? Os médicos estão ficando mais conscientes ou talvez mais interessados em olhar para esse paciente?

Jessé Alves – Olha, é uma questão. Eu sou um otimista, eu acho que sim, os médicos estão mais atentos e eu acho que é legal falarmos que vacina não é um tema só do médico, existem outros profissionais de saúde envolvidos nessa cadeia de informações. Eu acho que o profissional de enfermagem é muito importante, muitas vezes faz um atendimento pré-consulta ou após uma consulta, e esse profissional é muito importante também nessa conscientização. Mas, eu acho que sim, existe uma atenção maior, vemos muito mais discussões sobre esse assunto nos congressos médicos, mas há ainda uma lacuna na formação médica. Eu, como infectologista, claro que eu sempre me preocupei com a vacinação, mas outras especialidades médicas às vezes deixam isso um pouco de lado. E é natural, porque existem outros pontos importantes que esses profissionais têm que se preocupar, mas a vacinação pertence a qualquer área da medicina, não é uma exclusividade desta ou daquela especialidade.

“Qualquer médico deveria ter imbuído essa prática, porque às vezes o paciente não tem um outro profissional de saúde para recorrer, então não existe um médico que seja o especialista em vacinas. O pediatra, sim, é um profissional que sempre está falando disso, mas outras especialidades não. Então, na verdade, cabe a cada profissional de saúde um pouquinho do seu tempo para falar sobre o assunto”.

É legal isso que você trouxe. Ninguém é dono da vacina. Todos eles são corresponsáveis. E eu queria te ouvir agora sobre o que acontece no organismo do idoso ou no nosso organismo quando começamos a envelhecer. Ele fica realmente mais suscetível a infecções? Por que a vacina é importante?

Jessé Alves – Eu costumo comparar o envelhecimento do nosso sistema imunológico ao que acontece na nossa vida. Então, com o tempo, o cabelo vai ficando branco, algumas rugas vão aparecendo, existe uma série de transformações que vão acontecendo no organismo à medida que vamos envelhecendo. E o sistema imunológico não é diferente. Existem alterações, são alterações naturais e esperadas de acordo com a faixa etária, não tem uma idade específica onde podemos dizer “a partir dessa idade o seu sistema imunológico está mais idoso”. Temos até um termo para isso que se chama imunossenescência, que nada mais é do que o envelhecimento do sistema imune, mas isso pode acontecer a partir dos 30 anos, dos 40 anos, não há exatamente uma data para que isso aconteça. Não é a partir do aniversário de 50 ou 60 anos que o sistema imunológico está envelhecendo. Ele envelhece a partir do momento que nascemos. Ele nasce muito imaturo, ele vai amadurecendo e, em seguida, ele já vai envelhecendo e tudo vai depender de uma série de questões. Existe um termo mais ou menos recente dentro da área de imunologia que se chama imunobiografia, que nada mais é do que tudo aquilo que aconteceu na sua vida e que está registrado pelo seu sistema imunológico. Então, as doenças infecciosas que tivemos, as vacinas que nós tomamos ao longo da vida, outras questões que podem estar ligadas a uma melhor ação, uma melhor atividade do sistema imune. Óbvio que o indivíduo que se alimenta bem, com todos os nutrientes, terá uma resposta imunológica melhor do que um indivíduo desnutrido. Até a atividade física, até a qualidade do sono, por exemplo, estão envolvidos nessa imunobiografia. Mas as vacinas têm um papel fundamental aqui.

“Então, o indivíduo que é vacinado ao longo da vida está sempre pronto a responder. E a vacina, eu costumo dizer, é um pilar desse envelhecimento saudável. Temos muitos pilares, mas a vacinação é um deles, exatamente porque conseguimos contornar algumas dessas deficiências que vão surgindo com a idade em relação ao nosso sistema imune”.

Ou seja, além de todos os hábitos que precisamos ter na nossa vida, vacinar também é importante, estratégico para essa construção, para essa formação de um sistema imunológico saudável?

Jessé Alves – Exatamente. Eu acho que você resume muito bem aqui. É um dos pilares, é um pilar muito importante porque ele é um estímulo muito específico e que pode realmente garantir proteção contra doenças ou, pelo menos, proteção contra formas graves das doenças. Temos muito recentemente o exemplo do que aconteceu na pandemia, com a covid, onde as vacinas nem sempre eram capazes de prevenir contra a doença, mas elas foram capazes de prevenir contra a internação e contra morte pela covid, e assim também acontece com outras doenças. Nem sempre temos uma proteção completa, mas podemos prevenir complicações dessas doenças.

Eu queria que você trouxesse um pouco das doenças mais frequentes para adultos e quem está envelhecendo. Quais são as doenças que podem ser preveníveis por vacina?

Jessé Alves – A gripe eu acho que é a que vem primeiro, porque é uma vacina que houve muitas campanhas a nível público para vacinar o idoso, então isso está muito atrelado. Mas o que eu acho que é importante termos em mente? Quando eu era criança, a minha carteirinha de vacina era bem curtinha, porque tínhamos poucas vacinas disponíveis. À medida que o tempo foi passando, o número de vacinas disponíveis aumentou muito. Então, um indivíduo hoje com 50 ou 60 anos não necessariamente foi vacinado para doenças que hoje em dia ainda podem ser uma ameaça para essa pessoa. Então, primeiro que a gente vai falar, sim, de algumas doenças que são mais específicas do indivíduo mais velho, mas é sempre importante lembrar que às vezes eu tenho que atualizar o meu calendário vacinal não só porque eu envelheci, mas porque eu nunca me vacinei para aquelas doenças e pode ser que eu passei a minha vida inteira sem ter tido contato com elas. Eu vou citar um exemplo. Hoje em dia, as crianças são vacinadas para hepatite A, mesmo no serviço público. Antigamente, era muito frequente as pessoas terem hepatite A. Era aquela doença que ficava amarelo, tinha que ficar em repouso, aquela história de comer doces. Muitas pessoas passaram por isso, mas pessoas que vivem numa cidade como São Paulo, uma cidade grande, que não tiveram o mesmo contato com água [contaminada] ou com condições de saneamento inadequados, essas pessoas podem ter envelhecido e nunca tiveram contato com o vírus hepatite A, nunca tiveram a doença. E voltando lá ao meu histórico de medicina do viajante, vai que essa pessoa vai viajar para um local onde ainda existe muita circulação do vírus de hepatite A? Então, mesmo essa pessoa tendo 60 anos e nunca tendo tido contato com o vírus de hepatite A, numa situação como essa poderia se expor e poderia ter uma doença grave, uma forma grave da hepatite A. Então, eu só estou colocando um exemplo aqui que, às vezes, vamos ficar falando de vacina de gripe, vacina de pneumonia, ou dessas doenças como sendo as doenças dos idosos, mas, na verdade, podemos ter vacinas ainda interessantes para essa pessoa simplesmente pelo fato dela não ter se exposto ao longo da vida.

É bom ter essa reflexão, porque às vezes não está dentro do radar. Você fala, “bom, eu só tenho que olhar para isso aqui”. Não. Vamos levar a carteirinha de vacinação para o médico para ver o que eu não tomei ainda.

Jessé Alves – Exatamente. Eu acho que existem muitas oportunidades. É claro que algumas doenças ficam muito menos frequentes e ficam com risco muito menor para um indivíduo mais velho, mas outras ainda não. Um exemplo que eu costumo citar é o da hepatite B. A hepatite B é relativamente recente, o acesso a essa vacina é relativamente recente a nível público, tem poucas décadas, e temos muitas pessoas com mais de 40, 50 anos que não lembram que a hepatite B é uma doença sexualmente transmissível. E a gente tem um risco inerente a essa doença, porque essas pessoas não estão vacinadas. Hoje, no Brasil, a maior parte dos casos de hepatite B aguda são indivíduos com mais de 30 anos, eu arriscaria dizer até com mais de 40, 50, 60 a mais. Temos uma população que não está protegida, que nem sabe que está sob risco e poderia se proteger para uma doença cuja vacina é altamente eficaz. Então, alguns exemplos. Mas agora vamos para aqueles que são os mais clássicos. Sabemos que as pessoas com mais de 60 anos têm risco maior de algumas infecções respiratórias. Por exemplo, influenza, a gripe. É interessante lembrar que são os extremos de idade: as crianças muito pequenas e as pessoas mais velhas são mais vulneráveis e têm mais complicações, morrem mais por essa doença. Por isso que a vacina foi direcionada muito mais para essas populações. Então, esse talvez seja um exemplo bem claro. A gripe, a gente fala, “é uma gripe só”. Não, a gripe ela realmente pode produzir quadros graves, pode produzir pneumonia e ela pode descompensar algumas condições de saúde prévias. Então, lembrar que com mais de 50, 60 anos, o risco de ter doenças cardíacas é maior, o risco de ter diabetes é maior, o risco de ter doenças pulmonares crônicas, ou seja, vamos associando idade com algumas comorbidades, com algumas doenças crônicas que, juntas, tornam o risco de complicações ainda maior no caso da gripe. Então, é por isso que é muito importante que valorizemos isso, porque a gripe não é algo banal.

“Numa pessoa com essa situação, idade avançada, comorbidades, a gripe pode ser decisiva, inclusive como um fator de internação e de morte. Então, vacinar contra a gripe é algo bem importante e bem sério”.

Um exemplo: a gente tem outra doença respiratória comum, uma bactéria que é o pneumococo, que muitas vezes pode vir depois de uma infecção viral e depois de uma infecção por gripe. É uma proteção que o indivíduo com mais de 60 anos também pode ter. Temos diferentes vacinas, algumas disponíveis a nível público, outras não, mas é muito importante que possamos conversar isso com o nosso médico. Eu tenho alguma condição de saúde que aumente ainda mais o meu risco? Então, é importante ser vacinado. E existem outros vírus respiratórios, mais recentemente a gente tem a discussão sobre o vírus sincicial respiratório (VSR).

Eu queria que você trouxesse um pouco sobre esse vírus, eu acho que é algo que tem surgido mais recentemente, pelo menos para a população geral, para entender um pouco mais. O que é esse vírus?

Jessé Alves – Bom, o vírus sincicial respiratório é bem conhecido dos pais, porque as crianças são as principais vítimas. Existe uma doença que os bebês costumam ter exatamente no período de inverno, que interna muito que é a bronquiolite. O vírus sempre teve essa conexão com crianças pequenas, com a bronquiolite. Entretanto, a gente não fazia muito bem o diagnóstico dele com exames, da mesma maneira que a gente pode coletar ali um swab para fazer o diagnóstico de gripe ou da covid, não se tinha muito acesso ao exame que faz o diagnóstico para o vírus sincicial. Muitas vezes o diagnóstico da bronquiolite da criança era um diagnóstico clínico. Entretanto, com o passar do tempo, principalmente nesse período pandêmico, onde muitos exames foram coletados para avaliar a causa dos quadros respiratórios, se verificou que, além da influenza, além da covid, o vírus sincicial respiratório é um dos principais agentes de infecção respiratória, que a gente chama infecção respiratória baixa, que realmente é o que produz mais sintomas e que pode ter gravidade, e esse conhecimento vem se tornando cada vez mais frequente.

E não só nas crianças?

Jessé Alves – E não só nas crianças. O que se verificou é que esse vírus é um agente muito comum em todas as faixas etárias. Entretanto, é nas crianças pequenas que ele causa muito mais frequentemente as internações e complicações maiores, mas também se verificou que entre as pessoas mais velhas, depois dos 60 anos, ele também produz quadros respiratórios mais graves. No caso, não é a bronquiolite, mas pode produzir pneumonia e também sintomas muito parecidos com a gripe. Nos indivíduos que já têm doenças cardíacas, já têm doenças pulmonares, é causa mais frequente de internação e de complicações.

E tem vacina para isso também?

Jessé Alves – Exatamente. Atualmente temos vacinas, diferentes vacinas para esse vírus e são vacinas muito recentes, que estão disponíveis em diferentes países do mundo. Elas começam a se mostrar como uma opção a mais de proteção para as pessoas mais velhas em relação a uma doença respiratória que a gente conhecia muito pouco, até bem pouco tempo atrás. Então, esse conhecimento também evolui muito rápido.

Tem uma outra doença que eu queria te ouvir um pouco, que é a herpes zoster. O quanto isso pode ser prevenido com vacina? Acho que depois a gente pode entrar num tópico de qualidade de vida. Normalmente a gente se vacina para não ter a doença, para se proteger, para continuar tendo a nossa vida normalmente, e acho que isso  repercute em todas as faixas etárias, né?

Jessé Alves – Exatamente. Primeiro que algumas doenças são transmissíveis. Então, quando eu me vacino, eu estou me protegendo e estou protegendo quem está à minha volta.

“A vacinação tem um efeito muito mais amplo do que só a proteção individual. É a proteção da comunidade. Esse é um primeiro ponto. Isso, por exemplo, vale para vacinação da covid, vale para vacinação da influenza. Se eu convivo com pessoas imunodeprimidas no meu ambiente, eu tenho também que ficar muito atento a isso, porque eu posso ser o agente transmissor”.

Para mim aquela doença não vai causar nada, mas para aquele indivíduo que está ao meu lado pode ser muito grave. Então, a gente tem que lembrar desse papel social que a vacina tem também. Mas voltando à questão do herpes zóster, eu acho que é um outro exemplo interessante. O vírus é o mesmo da catapora. Então, é uma doença comum, pelo menos era uma doença comum da infância. Atualmente temos a vacina contra catapora feita também de forma ampla no sistema público de saúde, há pelo menos 12 anos, e quase não se vê mais catapora por aí, que era uma doença muito comum. Quem com mais de 20 anos, 30 anos não teve catapora? Era muito frequente. E esse vírus ele fica. Depois que temos catapora, resolveu tudo, aquelas lesões cicatrizaram, esse vírus vai se deslocando pelos nervos e fica dormente, fica latente numa região do nosso sistema nervoso que a gente chama de gânglios neurais. E ele pode ficar ali latente toda a vida, nunca se manifestar. Mas, de novo, à medida que o nosso sistema imunológico vai envelhecendo, ele vai perdendo a capacidade de evitar que esse vírus se manifeste de novo. Então, cerca de 30% da população poderá manifestar o vírus de novo sob a forma do herpes zóster.

30%?

Jessé Alves – Segundo estimativa do Centro de Controle de Doenças, nos Estados Unidos, um em cada três indivíduos poderá ter o herpes zóster ao longo da vida. E nada mais é do que isso, é aquele vírus da catapora que ficou latente, dormindo literalmente durante décadas, que volta a se manifestar. Só que agora não é mais com a catapora, é com o aspecto do herpes zóster. O herpes zóster, o que é? O vírus volta, ele vem se deslocando de novo dos gânglios neurais, pelo nervo, até se manifestar na pele. E ele até parece um pouco, as lesões lembram mesmo a catapora, são aquelas vesículas, são pequenas bolhas com um líquidozinho claro, e que vão acompanhando o trajeto do nervo onde esse vírus ficou esperando ali para aparecer. Por isso que a doença popularmente é chamada de cobreiro, porque ela tem um aspecto que lembra um pouco uma serpente, porque ela acompanha o trajeto do nervo. Às vezes o vírus se manifesta no rosto, vai depender onde o vírus ficou latente, ele poderá se manifestar naquele trajeto neural, naquele trajeto do nervo. Então, geralmente, nas regiões do tórax, na costela, mas pode ser nos braços, nas pernas e, às vezes, até no rosto, pegando um nervozinho que nós temos aqui, que se chama um ramo oftálmico de um nervo que fica na face e, às vezes, esse nervo é responsável por enervar estruturas do olho e o vírus pode se manifestar mesmo na região da córnea, na região da retina.

E a consequência não é só estética, ele tem uma consequência fisiológica para a pessoa.

Jessé Alves – Exatamente. O vírus e o herpes zóster, é importante a gente lembrar, pode ser tratado, existem medicações específicas, mas é uma doença que dói. O que mais caracteriza o herpes zóster é a dor. Mais do que as lesões na pele, é a dor, que na fase aguda é muito intensa, mas parte desses indivíduos que apresentam herpes zóster podem ter uma complicação chamada neuralgia pós-herpética, que é uma dor crônica que vem depois de meses. Na verdade, o indivíduo às vezes permanece com dor durante muito tempo depois do herpes zóster. E quando essa dor dura mais do que três meses, passamos a chamar de neuralgia pós-herpética. É uma dor crônica produzida pelas lesões neurais que o nervo provocou. E essa é a grande questão, porque é uma doença que não é tão conhecida. As pessoas que tiveram herpes zóster às vezes não sabem que poderia ter tido essa complicação e é a dor crônica que é o principal problema aqui do herpes zóster. Por quê? A gente pode considerar agora uma população mais velha, que às vezes já está tomando outros remédios, que já tem outras doenças associadas, e essa pessoa ter uma dor crônica. A dor crônica a gente sabe que é algo que mina a nossa alegria de viver. Realmente é algo que impacta a qualidade de vida. Impacta no trabalho, impacta na vida social, impacta no sono. Então, claro, uma pessoa saudável que está bem fisicamente, que tem toda uma estrutura familiar, que tem condições financeiras, talvez o impacto seja menor. Mas temos um indivíduo mais velho, às vezes já com limitações, dependente de cuidados, a dor crônica pode ser um fator decisivo na perda de autonomia dessa pessoa. Então, eu acho que é assim que temos que pensar. Claro, queremos ficar mais velhos, mas ficar bem, e isso nem sempre acontece. E uma das grandes questões é garantir autonomia. Até mesmo para termos mais saúde, precisamos ter autonomia. Poder sair sozinho, poder tomar decisões. O indivíduo com dor crônica, às vezes, vai ter essa autonomia prejudicada. Minada.

E tem como prevenir a herpes zóster?

Jessé Alves – Também é uma doença prevenível através de vacinação. Então, são doenças que até muito pouco tempo atrás a gente não tinha muito como atuar de maneira preventiva e atualmente a gente tem.

E é legal essa sua reflexão sobre a importância da vacina ao longo de toda a vida, não só, obviamente, por esse principal motivo, que é beneficiar a comunidade, mas tem esse impacto na qualidade de vida e também acho que até impacto para o sistema de saúde, para o absenteísmo, para a produtividade de um país, tem vários benefícios que estão intrínsecos à vacinação.

Jessé Alves – Certamente. Eu acho que isso fica muito bem demonstrado com a gripe, por exemplo. Então, o indivíduo que tem menos infecção respiratória, ele vai ter menos falta ao trabalho. E não só o absenteísmo, mas o presenteísmo também. Aquele indivíduo que vai trabalhar, mas que não é capaz de produzir adequadamente porque está doente. Então, existem impactos indiretos que às vezes não são fáceis de mensurar, mas que têm um impacto muito grande não só na saúde, mas até na economia como um todo.

Existe um investimento maior na indústria farmacêutica, inclusive na pesquisa de novas vacinas?

Jessé Alves – Olha, eu acho que sim, existe uma atenção maior para isso e existe um motivo. Até algumas décadas atrás, nós tínhamos desafios muito grandes com as doenças pediátricas. Tínhamos uma mortalidade infantil muito significativa por doenças que poderiam ser evitadas pela vacinação. E felizmente conseguimos muitos avanços. Agora com o aumento de uma população que cada vez vai ficando mais velha, os esforços vão se direcionando também para essa população.

“Eu acho que houve uma priorização durante muito tempo para a população pediátrica, mas agora a população está ficando mais velha e desafios novos vêm por aí. Então, certamente, sim, há uma atenção maior voltada para a questão da vacinação do adulto”.

Só para esclarecer essa questão de calendário. A de gripe você explicou que é muito focada principalmente no público infantil, idoso, por uma questão imunológica, mas a de VSR, que é a do vírus sincicial respiratório, e a de Herpes Zoster, é para qual público?

Jessé Alves – Bom, é importante lembrar que essas vacinas não estão disponíveis a nível público, elas são focadas em uma população com mais idade, a partir de 50 anos, a partir de 60 anos, aí vai depender do tipo de vacina e às vezes depende também do tipo de indivíduo. Se esse indivíduo tem alguma condição de saúde específica, um quadro de imunodeficiência, alguma medicação que possa afetar a sua resposta imune, às vezes essas vacinas podem ser feitas em faixas etárias menores, mas aí depende muito. Elas são indicadas para idades um pouco diferentes e depende um pouco do estado de saúde dessas pessoas.

Vamos falar sobre perfil do novo idoso. Quando pensamos em envelhecimento, às vezes vem à mente uma pessoa que está ali, talvez debilitada, acamada, precisando de ajuda para se movimentar ou para fazer as coisas, sempre acompanhada. E não é mais assim, né?

Jessé Alves – Primeiro que as pessoas querem ser produtivas por muito mais tempo. Então, elas querem trabalhar por mais tempo e às vezes não é só por uma opção, às vezes é por uma necessidade. A gente tem múltiplos exemplos de pessoas mais idosas que são ainda a principal fonte financeira da família. As pessoas daquela família dependem desse indivíduo. Talvez isso seja uma transformação social que a gente esteja vendo. Mas sim, pensando naquela pessoa um pouco mais privilegiada, que tem acesso a viagens, que tem acesso a poder ter uma atividade física, vemos cada vez mais as pessoas se aventurando. Voltando ao meu passado de medicina do viajante, eu via muitas vezes pessoas com 80 anos que iam fazer a viagem da sua vida, que não iam fazer viagens para estâncias hidrominerais, aquelas para Caxambu, etc. Não, iam para a Ásia, iam para a África, fazer safári, fazer escalada, subir o Everest. Ou seja, se você está bem fisicamente, por que não buscar realizar seus sonhos, em qualquer fase da vida? Eu acho que a gente certamente está vendo as pessoas buscando isso e sabendo que são capazes de realizar esses sonhos, independente da faixa etária. Agora, tudo depende do quanto você está saudável, o quanto você tem seu sistema osteomuscular adequado, sua massa muscular está adequada, suas articulações estão adequadas e, claro, se você tem doenças infecciosas ao longo da vida, às vezes elas podem reduzir essa sua capacidade funcional. Então, por isso que a gente lembra de novo, a vacinação entra como mais um pilar que sustenta toda essa possibilidade aí de realizações.

E pensando nesse cenário, como você vê o futuro do envelhecimento? Para onde que estamos indo?

Jessé Alves – Olha, eu acho que a gente pode ter uma visão muito otimista e a gente não pode deixar de olhar para o lado das dificuldades também. Então, a visão muito otimista é: as pessoas vão viver mais, com mais possibilidades, porque as doenças vão ser muito mais fáceis de se tratar. Doenças cardiovasculares, hoje em dia temos dispositivos que vão alargar nossa artéria, impedir que a gente infarte, a gente tem dispositivos que vão impedir que a gente tenha AVC, medicamentos que vão controlar muito melhor a hipertensão, diabetes, mas ainda temos desafios. Por exemplo, a parte cognitiva. Nós ainda não temos avanços muito significativos na prevenção e tratamento de quadros demenciais. Então, quanto mais tempo vivermos, mais sujeito a essas questões nós vamos estar.

“Quanto mais tempo vivermos, mais risco de doenças neoplásicas, ou seja, mais risco de desenvolver cânceres. Então, precisamos estar preparados em todos os aspectos. Vamos conseguir viver mais, sim, mas a medicina precisa atuar de forma muito mais integrada para que vivamos mais, mas bem”.

Eu vejo com otimismo, sim, porque eu acho que essas coisas estão vindo gradativamente. Acho que a gente precisa pensar no acesso. É claro que é super importante muitos avanços tecnológicos, mas eles têm que ser acessíveis para que todo mundo possa usufruir disso. Mas, os dados estão aí. A expectativa de vida do brasileiro aumentou, eu não vou lembrar de cabeça aqui, mas eu chutaria aqui 20 anos em um período muito curto da história. Então, isso já é demonstração do quanto a medicina vem trazendo avanços nessa expectativa. Será que daqui a alguns anos a gente vai ter uma expectativa de 100 anos? Ok, vai ser ótimo viver 100 anos, mas a gente tem que viver 100 anos bem, com uma vida plena, produtiva, independente. Então, essa eu acho que é a grande expectativa que precisamos ter.

E para viver bem tem que ter tudo isso funcionando, como você bem trouxe. Toda a sua saúde física, mental, tem que estar com a vacinação em dia, tem que estar disposto a continuar sendo produtivo para ter esse tempo de vida com qualidade.

Jessé Alves – Exatamente. Não existe uma fórmula. Todo mundo quer essa fórmula. A gente sabe que ela não existe. E, às vezes, a gente tem tudo isso e acontece algo inesperado. Mas, certamente, com esses pilares juntos, a chance de alcançarmos esse envelhecimento mais saudável vai ser muito maior.

Eu sempre encerro as minhas entrevistas fazendo a mesma pergunta para os entrevistados, que é: quais são as pautas que nós, no Futuro da Saúde, temos que prestar atenção? Queria um pouco da tua percepção sobre as tendências.

Jessé Alves – Olha, é difícil, assim, porque você tem que ter uma bola de cristal, né? Mas, eu acho que, como eu sou infectologista, temos visto nos últimos anos surpresas do ponto de vista infeccioso. Então, acho que é lembrar que, por mais que tenhamos tudo sob controle, as infecções ainda podem nos surpreender. E temos epidemias e pandemias, nós estamos sujeitos a isso. Acho que esse é um olhar que a gente nunca pode se descuidar. E aí, é claro, entra a questão da saúde pública, como a possibilidade de controle dessas surpresas epidemiológicas que podem acontecer. Mas é claro, eu acho que vamos ter muitos avanços na parte oncológica, no tratamento das doenças oncológicas, no tratamento do câncer. Espero que consigamos ver muitos avanços em pouco tempo na parte cognitiva, então na prevenção dos quadros demenciais, porque aí eu acho que realmente vamos ter uma vida longeva, mas uma vida realmente muito mais plena, com saúde e com condições de usufruir de tudo isso, que o futuro nos reserva.

 

Referências:

  1. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Vacinação e longevidade. Disponível em: https://sbim.org.br/noticias/861-vacinacao-e-longevidade. Acesso em: 11 nov. 2024;
  2. NATIONAL INSTITUTE ON AGING. What Do We Know About Healthy Aging? Disponível em: https://www.nia.nih.gov/health/healthy-aging/what-do-weknow-about-healthy-aging. Acesso em: 11 nov. 2024;
  3. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário de vacinação do nascimento à terceira idade: recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) 2024/2025. Disponível em: https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-0-100-2024-2025.pdf. Acesso em: 11 nov. 2024;
  4. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Infográfico: fortalecimento da imunidade como estratégia para um curso de vida saudável. Disponível em: https://www.paho.org/pt/documentos/infografico-fortalecimento-da-imunidade-comoestrategia-para-um-curso-vida-saudavel-e. Acesso em: 11 nov. 2024;
  5. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Respiratory Syncytial Virus Infection (RSV). RSV in older Adults. Disponível em: https://www.cdc.gov/rsv/older-adults/index.html. Acesso em: 11 nov. 2024;
  6. NATIONAL FOUNDATION FOR INFECTIOUS DISEASES. Respiratory syncytial virus in older adults: a hidden annual epidemic. Disponível em: https://www.nfid.org/infectious-disease/rsv/. Acesso em: 11 nov. 2024;
  7. Ministério da Saúde. Herpes (Cobreiro). Disponível em https://www.gov.br/saude/ptbr/assuntos/saude-de-a-a-z/h/herpes. Acesso em: 11 nov. 2024;
  8. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Prevention of herpes zoster: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR Recomm Rep. 2008;57(RR-5):1-30; Disponível em: https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5705a1.htm. Acesso em: 11 nov. 2024.

Entrevista concedida por Jessé Alves (CRM 71991/SP).

Material dirigido ao público em geral. Por favor, consulte seu médico.

NP-BR-ABX-KIT-240003 – Dezembro/2024

Natalia Cuminale

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, com as reportagens, na newsletter, com uma curadoria semanal, e nas nossas redes sociais, com conteúdos no YouTube.

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