Ministério da Saúde anuncia criação do Índice Nacional de Maturidade em Saúde Digital

Ministério da Saúde anuncia criação do Índice Nacional de Maturidade em Saúde Digital

Índice irá diagnosticar cenário da saúde digital no SUS e deve ser utilizado para definir áreas de investimento por parte do Ministério.

By Published On: 04/03/2024
Ministério da Saúde lança Índice Nacional de Maturidade em Saúde Digital

Secretária Ana Estela Haddad durante a CIT (Foto: Julia Prado/Ministério da Saúde)

O Ministério da Saúde anunciou a criação do Índice Nacional de Maturidade em Saúde Digital. O dispositivo foi apresentado na 2ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), ocorrida no último dia 29 de fevereiro, e pactuado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (Conasems). 

O índice irá servir para avaliar a estrutura existente no país para realizar atendimento em saúde por meio digital, contribuindo para que gestores municipais, estaduais e o Ministério da Saúde consigam elencar prioridades. A iniciativa está dentro da estratégia do Governo Federal em desenvolver a telessaúde em todo o país e acompanhar o avanço da saúde digital.

Nesta segunda-feira (4), o Ministério também publicou portarias que conversam com o lançamento do Índice. Uma delas institui o Programa SUS Digital, enquanto outra regulamenta a fase de planejamento do novo programa. Nelas, o Índice consta como etapa essencial para o desenvolvimento da política. No entanto, define que o Índice deverá ser publicado em “ato específico da Ministra de Estado da Saúde”.

Durante a reunião da comissão, Ana Estela Haddad, da Secretaria de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, reforçou que o Índice não deve ser levado como uma classificação ou ranking, mas como base para o investimento de recursos em áreas que mais precisam. “Teremos um trabalho de sensibilizar todos os entes de que de fato não é um ranqueamento, não vai condicionar recursos e que o objetivo não é estar avançado agora. O objetivo é ter um diagnóstico preciso da atual situação para que o recurso seja investido naquilo que falta. Precisa identificar o que já tem para não colocar o recurso onde não vai precisar. Tem lugar que vai ser energia elétrica, tem lugar que vai ser conectividade, tem lugar que vai ser inteligência artificial e sistemas automatizados”, afirmou a secretária.

Eixos temáticos do índice nacional de maturidade digital

O projeto foi construído pelo Grupo Técnico de Trabalho do Índice de Maturidade Digital em Saúde, que realizou ao longo de 6 meses cerca de 10 encontros e 1 oficina em 2023. Ele contou com membros do setor público, privado, agências reguladoras, organizações internacionais, conselhos e universidades.

O índice estará disponível em uma plataforma onde os gestores poderão realizar uma autoavaliação. Através de 7 eixos temáticos, cada um com diferentes perguntas, o sistema realizará um cálculo a partir das respostas, chegando a um valor numérico para aquela região, apontando fortalezas e fraquezas em um relatório, que deve servir de base para políticas públicas. A ideia é que ele seja realizado periodicamente para entender onde os investimentos surtiram efeitos práticos.

“Na plataforma vamos ter um processo de validação e certificação de que a pessoa que está sendo responsável e que vai supervisionar as respostas, preferencialmente o próprio secretário com apoio da equipe de tecnologia da informação, tenha a validação pela autoridade maior pela gestão de município”, explicou Ana Estela Haddad.

Os domínios avaliados pelo Índice são:

  • Gestão e Governança em Saúde Digital
  • Formação e Desenvolvimento Profissional
  • Sistemas e Plataforma de Interoperabilidade
  • Telessaúde e Serviços Digitais
  • Infoestrutura
  • Monitoramento, Avaliação e Disseminação de Informações Estratégicas
  • Infraestrutura e Segurança

O relatório final, enviado pelo Ministério da Saúde, terá uma análise sobre a maturidade do estado ou município. Os estados também poderão observar a situação das cidades sob sua jurisdição. De acordo com o Programa SUS Digital, o índice será utilizado em 2 etapas: no diagnóstico situacional e na avaliação das ações que forem implementadas.

“Para criar fomos beber em várias fontes nacionais e internacionais já estabelecidas, buscando criar um índice nosso que pudesse retratar o escopo e a amplitude do que estamos querendo estabelecer como parâmetro para a transformação digital. Uma imagem-objetivo para dar clareza para os planos de onde queremos chegar”, afirmou Haddad.

Rafael Machado

Jornalista com foco em saúde. Formado pela FIAMFAAM, tem certificação em Storyteling e Práticas em Mídias Sociais. Antes do Futuro da Saúde, trabalhou no Portal Drauzio Varella. Email: rafael@futurodasaude.com.br

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One Comment

  1. Siuzete Vandresen Baumann 06/03/2024 at 05:00 - Reply

    Informações “quentinhas”. Ótimo. Bem esclarecedor.

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NATALIA CUMINALE

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.

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  • Sidney Klajner

    Cirurgião do Aparelho Digestivo e Presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Possui graduação, residência e mestrado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, além de ser fellow of American College of Surgeons. É coordenador da pós-graduação em Coloproctologia e professor do MBA Executivo em Gestão de Saúde no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Einstein. É membro do Conselho Superior de Gestão em Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado de S. aulo e coautor do livro “A Revolução Digital na Saúde” (Editora dos Editores, 2019).

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    Jornalista formada pela Universidade Federal de Santa Maria. Foi trainee do programa "Jornalismo na Prática" do Correio Braziliense, voltado para a cobertura de saúde. Premiada na categoria de reportagem em texto na 2ª edição do Prêmio de Comunicação de Saúde na Primeira Infância da Fundação José Luiz Egydio Setúbal.

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    Isabella Marin

    Jornalista formada pela Escola de Comunicações e Artes da USP, passou pela área de Comunicação da Braskem e atuou com Jornalismo de Dados na empresa Lagom Data. Integra o time como repórter do Futuro da Saúde, onde atua desde março de 2024.

Rafael Machado

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