Transformação digital na saúde deve ter como foco o atendimento ao paciente
Transformação digital na saúde deve ter como foco o atendimento ao paciente
Em evento da Deloitte e SU Brazil, Nelson Meiga (CIO da Saúde Petrobras) e Jacon Barros (Healthcare Business na Amazon) debataram sobre as possibilidades para o futuro com introdução de tecnologia na saúde
Como as ferramentas digitais irão moldar a jornada do paciente na próxima geração? Esta foi a premissa do debate organizado pela Deloitte e SU Brazil para falar sobre as possibilidades de transformação e introdução de tecnologias na saúde. Uso de tecnologia para apoiar a jornada, dados, experiência do paciente e interoperabilidade estiveram no centro do debate.
A interoperabilidade é uma das grandes apostas para inovar e otimizar serviços de saúde, a partir do compartilhamento e uso dos dados de forma eficaz. Há vários entraves para que o tema avance, mas um passo importante é o olhar de quem entende o que o paciente necessita.
“Ter o paciente no centro, eu acho que esse é o ponto primário. Eu já encontrei vários casos em que o centro é a incorporação da plataforma menos o paciente. Vejo vários projetos e eles pensam em ter interoperabilidade a fundo, ‘se eu não tiver todas as informações do paciente, eu não faço interoperabilidade’. Mas será que eu preciso de todos [os dados] no início?”, indagou Jacson Barros, Healthcare Business Development Manager na Amazon Web Service, um dos convidados do debate moderado por Luis Fernando Joaquim, da Delloite.
Um simples sistema com algumas informações é um passo inicial no processo de coletar dados e compartilhá-los. O número de vezes que um determinado paciente visitou o hospital, por exemplo, pode apresentar as lacunas de tempo nos quais a pessoa ficou sem checar a própria saúde. Independentemente dos resultados de exames e diagnósticos, os dados de frequência já apresentam uma informação valiosa para o sistema de saúde e podem ser utilizados enquanto sistemas mais complexos e outras integrações são estudadas.
“A gente precisa saber o que fazer com essa informação e ser mais propositivo, não reativo. A interoperabilidade não é só uma questão tecnológica e está longe de ser só tecnologia, e sim uma vontade de fazer e definir uma padronização mínima possível para que a coisa aconteça.”
Barros também ressalta que a confiança do paciente no uso das plataformas é essencial, assim como a confiança de quem os utilizará do outro lado, neste caso, os profissionais de saúde. Não é viável implementar uma ferramenta que seja apenas de uso pessoal do paciente em armazenar facilmente o histórico médico e arquivos médicos e o médico que o atenderá não ser familiarizado com o compartilhamento dessas informações.
Tecnologia no dia a dia
Enquanto há um debate estrutural sobre a interoperabilidade e como colocá-la em prática, o uso da tecnologia cresce em vários dos pontos de contato com o paciente. Uma das apostas é o desenvolvimento de plataformas remotas para atenção primária ao paciente, ou seja, realizar o primeiro contato de atendimento via meios digitais. Segundo Nelson Meiga, CIO da Saúde Petrobras, também presente no debate, essa alternativa é voltada para que o paciente escolha a melhor forma para ser assistido, assim como é possível atualmente fazer consultas por vídeo ou consultas médicas na própria residência.
“A gente tem que incentivar o comportamento dos dados com esses programas de atenção primária que é onde acreditamos ser possível reduzir o custo e evitar doenças. Estamos trabalhando em tratar a pessoa”, segundo Meiga. O CIO da Saúde Petrobrás comentou sobre uma iniciativa voltada a saúde mental dentro da Petrobras, que usa essa linha de desenvolvimento com dados, onde ele é remoto e atendimento 24 horas com telefone para o qual é possível ligar caso identifique tendência agravadas ou semelhante para pedir ajuda.
“O que leva uma pessoa a usar o canal digital é a facilidade de se sentir segura, bem atendido e acolhido. Ou seja, você conseguir elevar a uma relação parecida com uma relação humana”, disse Meiga. Para ele, as tecnologias tradicionais de atendimento ao cliente, como o call center e até mesmo as novas plataformas de ChatBot e outras ferramentas de inteligência artificial, falham ao não permitir que o paciente tenha escolha de, por exemplo, poder falar por mensagens ou com uma atendente.
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NATALIA CUMINALE
Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.