Pesquisadores de Stanford indicam que dispositivos vestíveis podem prever riscos de parto prematuro
Pesquisadores de Stanford indicam que dispositivos vestíveis podem prever riscos de parto prematuro
Tecnologia utiliza computadores de monitoramento nas mães para analisar dados e encontrar padrão de parto prematuro
Pesquisadores da Universidade de Stanford estão usando equipamentos vestíveis para analisar o processo de gestação em mulheres, a fim de entender o risco de parto prematuro. O estudo envolveu mais de 1.000 gestantes, muitas delas negras, acompanhadas desde o início da gravidez até o parto. Os dados de atividade física e sono foram analisados junto com registros médicos, revelando que algumas mulheres tinham padrões incomuns para sua fase de gravidez e tinham maior probabilidade de dar à luz prematuramente. Embora não se possa afirmar que a falta de atividade ou sono cause partos prematuros, o estudo oferece uma base para futuras pesquisas e pode ajudar a identificar pacientes em risco.
Além disso, dentro desta tecnologia de captação profunda, os autores concluíram que tais dados de atividade e sono pioraram gradativamente durante a gestação. Algumas participantes tinham perfis de dados que não correspondiam à sua fase de gravidez, e foram essas gestações, descobriram os pesquisadores, que tinham maior probabilidade de resultar em parto prematuro.
O parto prematuro é a principal causa de morte em crianças menores de cinco anos em todo o mundo e, nos Estados Unidos, cerca de 11% de todos os nascimentos vivos ocorrem antes das 37 semanas de gestação. Segundo o portal Stat, este número tem aumentado constantemente na última década. As mulheres negras estão particularmente em risco, sendo cerca de 1,5 vezes mais propensas a dar à luz prematuramente do que as mulheres brancas.
Em entrevista ao Stat, Nima Aghaeepour, uma das pesquisadoras de Stanford conduzindo o estudo, explica que um dos padrões mais frequentes que acabam ocasionando em parto prematuro é a incompatibilidade da “idade gestacional” da mãe. “Essas mulheres que parecem em um estágio de gestação mais avançado tendem a sofrer de partos prematuros”, explica, “Seus padrões de atividade e sono foram mais perturbados do que os das mulheres em estágios semelhantes de gravidez. São essas mulheres que tinham cerca de 44% mais chances de dar à luz prematuramente”, contou.
Esse resultado não significa que a falta de atividade ou sono esteja causando mais partos prematuros. “Não estamos dizendo que podemos estimar quando seu bebê vai nascer com base nos dados de seu Fitbit”, disse Erik Herzog, biólogo circadiano da Universidade de Washington em St. Louis e coautor do artigo, ao Stat. Mas sugere uma hipótese sobre o papel da atividade e do sono no parto prematuro que pode ser testada em pesquisas futuras.
A gravidez é especialmente adequada para esse tipo de pesquisa, disse Jessica Walter, também ao Stat, uma endocrinologista reprodutiva da Northwestern que pesquisa as aplicações de dispositivos vestíveis na saúde das mulheres. “Você tem indivíduos extremamente motivados querendo entender sua saúde, cuidar de si mesmos, durante um período extremamente dinâmico de mudança fisiológica durante a gravidez”, disse ela.
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NATALIA CUMINALE
Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.