Pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) publicaram na Revista Nature um estudo com resultados promissores para detectar câncer por meio de um simples teste de urina. Para desenvolver a ferramenta, os autores da pesquisa produziram um novo tipo de nanopartícula, que funciona como um sensor capaz de detectar diferentes proteínas de cânceres.

Ao encontrar um tumor, as nanopartículas liberam sequências curtas de DNA que interagem com enzimas específicas. Estas enzimas são um subproduto da replicação imperfeita de células cancerígenas que acabam indo parar na corrente sanguínea e, posteriormente, no sistema urinário. Excretadas para fora do corpo pela urina, as sequências podem então ser lidas por uma espécie de tira absorvente, que é capaz de reagir à presença das nanopartículas, mudando de cor — algo similar ao teste caseiro de Covid. Segundo os autores, é uma solução pensada para ser acessível.

Para o MIT News, Sangeeta Bhatia, um dos autores do estudo, afirma que a ideia é “inovar no sentido de de disponibilizar uma tecnologia para sistemas de médio e baixo recursos. Fazer uma solução em um tira de papel faz parte do nosso objetivo de democratizar o diagnóstico e criar tecnologias baratas que possam dar uma resposta rápida no ponto de atendimento”.

Embora os biomarcadores de câncer sejam muitas vezes difíceis de detectar, as nanopartículas sintéticas desenvolvidas neste estudo podem ser usadas para amplificar esses sinais e relatar os tipos de câncer e como eles estão progredindo — e até mesmo de detectar uma metástase. Isso foi feito por meio da tecnologia de edição de genes CRISPR. 

As nanopartículas foram testadas em camundongos por meio de uma injeção. E, segundo os pesquisadores, elas podem futuramente ser desenvolvidas para serem ingeridas por via oral, por meio de um inalador ou como um tratamento local, como um creme.

Apesar dos resultados otimistas dos pesquisadores, ainda não há previsão de lançar o produto, já que o experimento ainda precisa realizar testes com humanos.