Construindo empresas resilientes: como preparar as organizações da saúde para 2023
Construindo empresas resilientes: como preparar as organizações da saúde para 2023
Empresas resilientes são aquelas capazes de se adaptar às adversidades […]
Empresas resilientes são aquelas capazes de se adaptar às adversidades ao mesmo tempo mantendo o foco em crescimento. Neste momento que vivemos, os líderes das organizações da saúde precisam conduzir suas empresas de forma a melhorar continuamente a produtividade e o nível de serviço oferecido aos clientes, sustentar a geração de caixa e preservar a capacidade de crescer.
Em artigo recente publicado pela consultoria estratégica McKinsey, ”O que mais importa? Seis prioridades para CEOs em tempos turbulentos”, é destacado que reforçar a resiliência das organizações; ter coragem para fazer apostas em grandes oportunidades; buscar novos modelos de negócio; usar tecnologia como base de crescimento; promover práticas de ESG e reforçar o engajamento dos colaboradores serão chave para ter sucesso em 2023.
Estas reflexões fazem especial sentido para mim neste ambiente de negócios em que a inflação persistente e a desorganização das cadeias produtivas globais colocam pressões significativas sobre as margens e ampliam riscos de ruptura, enquanto a velocidade das mudanças abre grandes oportunidades para aqueles que se adaptam rapidamente.
Em nosso setor, empresas resilientes se beneficiam da construção de parcerias estratégicas com fornecedores, canais e prestadores de serviço financeiramente sólidos e com capacidade de honrar os acordos estabelecidos. Ao mesmo tempo, sustentar a capacidade de geração de fluxo de caixa é imprescindível em um ambiente com maior custo para acesso a capital. Finalmente, a liderança precisa estar próxima da organização para assegurar o engajamento dos colaboradores com seu propósito e objetivos e próxima do mercado para identificar as mudanças e reagir com celeridade.
Neste ambiente de negócios, é natural ter foco excessivo em superar as adversidades. Esta é um armadilha que os líderes devem evitar! É preciso ter coragem para buscar as oportunidades e também continuar avançando na agenda de desenvolvimento ambiental, social e de governança. Para isto, a capacidade de priorizar os recursos limitados é a chave.
Falando sobre capacidade de priorização e desenvolvimento social, gostaria de trazer um exemplo para ilustrar este tema. Em janeiro apoiaremos a Organização Não Governamental (ONG) Operação Sorriso, em Mossoró (RN). É uma grande satisfação contribuir para esta ação social de impacto que transforma a vida de milhares de crianças e de suas famílias ao redor do mundo. Por meio de mutirões realizados em áreas remotas, são beneficiadas crianças que nasceram com fissuras faciais, como lábio leporino e fenda palatina. Esta condição limita a capacidade de absorção de nutrientes e afeta fortemente a autoestima. É incrível pensar como uma simples cirurgia, realizada em apenas uma hora e com custo de cerca de dois mil dólares, mudará tudo na vida de alguém. A pergunta que me faço é por que em nosso país milhares de crianças ainda dependem de ações sociais como esta? Poderíamos ter outra realidade, caso os recursos fossem priorizado de forma mais efetiva? Como alocamos os recursos em nossas próprias organizações?
Questionamentos como este precisam estar mais vivos no próximo ano. Esta é uma questão estrutural e presente há décadas em nosso sistema de saúde. Precisamos provocar debates produtivos que nos ajudem a olhar o sistema de forma integrada e, assim, alocar os recursos disponíveis onde geram mais impacto.
Acredito também que desenvolver destreza digital e formas ágeis de trabalho será fundamental para materializar as maiores oportunidades de crescimento, por meio de tecnologia e novos modelos de negócio.
As organizações resilientes precisam ser capazes de sustentar uma força de trabalho engajada e alinhada com propósito. O ambiente de incertezas tem agravado quadros relacionados à saúde mental e ampliado o questionamento dos funcionários sobre suas trajetórias profissionais. Empresas, cujos líderes consigam promover um ambiente de segurança psicológica e inclusão, aliado a um propósito comum, que seja uma grande força motivadora, estarão à frente das demais.
Nossa geração vive, provavelmente, um dos momentos mais complexos para se liderar uma organização, e conforme destaquei antes, será mais importante do que nunca a capacidade dos líderes de priorizar os recursos limitados, balanceando apostas em crescimento agressivo e ações para tornar as organizações mais resisilientes a este ambiente volátil.
Neste próximo ano, liderança ambidestra – capaz de ser prudente com as adversidades e agressivo com as oportunidades – que promova empresas resilientes, será decisiva para a prosperidade das organizações.
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NATALIA CUMINALE
Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.