Covid-19: Massa e força muscular podem influenciar tempo de internação

Covid-19: Massa e força muscular podem influenciar tempo de internação

Maior índice de massa e força muscular podem influenciar e

By Published On: 20/04/2021

Maior índice de massa e força muscular podem influenciar e ajudar a prever o tempo de internação por Covid-19, segundo estudo da Universidade de São Paulo em parceria com a Agência FAPESP, publicado na medRxiv em pré-print — isto é, não foi revisado por pares.

Ao analisar 186 pessoas hospitalizadas com casos moderados e graves de Covid-19, os pesquisadores constataram que ter uma boa força e massa muscular podem ajudar a proteger o corpo e, consequentemente, diminuir o tempo de internação.

Isso pode ser explicado pelo fato do sistema músculo-esquelético corresponder a 40% da massa corporal total, sendo então essencial para diversos processos fisiológicos, como regular os níveis de glicose, sintetizar proteínas, gerar resposta imunológica e outros.

Logo, além do fator idade e doenças crônicas, aqueles que possuem menos massa e força muscular podem sofrer com quadros mais graves de Covid-19 e permanecer mais tempo internado. Mesmo assim, isso não quer dizer que pessoas jovens, fortes e saudáveis não fiquem doentes ou não possam vir a óbito.

Para chegar nesta conclusão, foram utilizados pelos cientistas um equipamento capaz de analisar a força de preensão manual — método para medir a força de um indivíduo, muito utilizado em atletas — e um aparelho de ultrassom para checar a massa muscular.

A preocupação com o tempo de internação é devido aos danos que a Covid-19 e seus tratamentos hospitalares causam. O período de internação leva uma quantidade significante de pacientes a sair do hospital com muitos quilos a menos, sem conseguir andar e precisando de fisioterapia durante meses.

Segundo os pesquisadores, o estudo pode ajudar a prevenir que pessoas com maior risco de caso clínico agravado pelo SARS-CoV-2 fiquem doentes e indicar quais áreas os pacientes hospitalizados vão precisar dar maior atenção quando o tratamento terminar.

“Os mais comprometidos parecem ser os pacientes que ficam mais tempo no hospital. Quando os casos baixarem, a questão da reabilitação desses sobreviventes vai ser o maior problema que precisaremos enfrentar”, diz Hamilton Roschel, líder do estudo e um dos coordenadores do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) e da Faculdade de Medicina (FMUSP) para o portal da Agência FAPESP.

Atualmente, um outro estudo está sendo realizado pela mesma equipe para analisar a quantidade de massa e força muscular perdida durante o tempo de internação.

Redação

Equipe de jornalistas da redação do Futuro da Saúde.

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NATALIA CUMINALE

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.

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  • Rosana Richtmann

    Infectologista do Instituto Emílio Ribas, Chefe do Departamento de Infectologia do Grupo Santa Joana e Membro dos Comitês de Imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia, de Calendários da Sociedade Brasileira de Imunização e do Comitê Permanente em Assessoramento de Imunização da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. É graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos e possui Doutorado em Medicina pela Universidade de Freiburg, na Alemanha

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