Covid-19 e a vacinação em grávidas: o que já sabemos

Covid-19 e a vacinação em grávidas: o que já sabemos

As gestantes acabaram ficando de fora das primeiras pesquisas para

By Published On: 31/03/2021

As gestantes acabaram ficando de fora das primeiras pesquisas para as vacinas contra a Covid-19. Agora, novos estudos indicam que os imunizantes das farmacêuticas Pfizer e Moderna são eficazes e seguros em mulheres grávidas, segundo relatório publicado no American Journal of Obstetrics and Gynecology (AJOG).

Além disso, outro estudo publicado no JAMA Pediatrics em janeiro deste ano, analisou 1.714 mulheres que deram à luz e indicou que as vacinas também protegem os bebês. Os anticorpos da vacina foram passados através da placenta ou pelo leite materno (o que passa para o leite são os anticorpos, não a vacina em si) e geraram níveis altos de imunidade.

A pesquisa publicada na AJOG foi realizada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Universidade Harvard e Brigham and Women’s Hospital, e analisou 131 mulheres vacinadas com alguma das duas vacinas no período entre dezembro e março. Destas, 84 estavam grávidas e 31 estavam amamentando. Foi constatado que a resposta imunológica das vacinas em mulheres grávidas ou que estavam amamentando foi tão forte quanto nas mulheres não grávidas.

Outro ponto a considerar, é que a imunidade das mulheres vacinadas foi maior do que a imunidade naturalmente obtida após infecção por Covid-19. Analisando o cordão umbilical e a placenta, os níveis de imunidade são superiores também foram observados nos bebês.

As vacinas causam infertilidade?

Nos últimos meses, surgiram boatos de que as vacinas de tecnologia mRNA afetariam a fertilidade das mulheres. Contudo, essa informação não é verdadeira. Os efeitos colaterais observados nas gestantes foram os mesmos do que nas não-gestantes (dor de cabeça, febre, fadiga e entre outros)

As fake news repassaram que a infertilidade estaria relacionada à semelhança das proteínas da placenta com a do coronavírus. Entretanto, cientistas apontam que essa teoria não tem nenhum fundamento.

Evidências de ensaios clínicos em fase III mostram que as vacinas não interferem na fertilidade das mulheres. Foram analisados dados de ensaios da Pfizer, AstraZeneca, Moderna e Janssen (J&J) e em todos ocorreram gravidezes acidentais, tanto no grupo placebo quanto no vacinado. As mulheres que engravidaram durante o processo estão sendo acompanhadas pelos pesquisadores para que todas as possibilidades sejam analisadas e confirmadas.

Segundo relatório da AJOG, as gestantes são mais suscetíveis à sofrer quadros graves de infecção por Covid-19 quando comparadas com as não-grávidas. O resultado é que acabam tendo mais internações em UTI, intubação ou ajuda de ventilação mecânica e até mesmo morte.

Só nos Estados Unidos, de um grupo de 8207 gestantes que se infectaram com o novo coronavírus, 31,5% foram hospitalizadas. Já no grupo das mulheres não-grávidas, foi observado que das 83205 que participavam do estudo, somente 5,8% foram internadas.

Portanto, mulheres grávidas integram o grupo de risco. Por isso a urgência em confirmar a segurança das vacinas e aplicá-las o quanto antes nas futuras mamães ao redor do mundo.

Redação

Equipe de jornalistas da redação do Futuro da Saúde.

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NATALIA CUMINALE

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.

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