Coordenação do cuidado: entenda o seu papel na Atenção Primária à Saúde

Coordenação do cuidado: entenda o seu papel na Atenção Primária à Saúde

Quando se fala em atenção primária no Sistema Único de

By Published On: 07/04/2022
coordenação do cuidado

Quando se fala em atenção primária no Sistema Único de Saúde (SUS), normalmente diversas ações são mencionadas. Entretanto, há um atributo essencial nesse contexto para manter conectados os diversos serviços com o objetivo de garantir um bom atendimento e assistência ao paciente. Trata-se da coordenação do cuidado.

Apesar de a saúde suplementar ter uma preocupação cada vez maior com coordenação do cuidado, investindo em novas tecnologias e inteligência artificial, no SUS ela tem um papel imprescindível. Ao conectar e coordenar todos os serviços prestados, o desafio é garantir um bom funcionamento do sistema para uma população de mais de 200 milhões de habitantes.

O papel da coordenação do cuidado na Atenção Primária do SUS

coordenação do cuidado

A coordenação do cuidado é um dos atributos da Atenção Primária à Saúde (APS). Em linhas gerais, ela tem o objetivo de minimizar possíveis problemas através de um planejamento de cuidados que foca nas necessidades dos pacientes. Assim, visa a eficiência nos recursos e nos tratamentos e acessibilidade com rapidez e segurança. Além disso, tenta integrar os serviços em um mesmo patamar.

Para isso, a coordenação do cuidado reúne recursos relacionados a itens como assistência, farmácia, comunidade, entre diversos outros. Também abrange alguns serviços, como definir fluxos, trocar informações sobre os pacientes ou diretamente com eles, monitorar os planos terapêuticos e demandas de saúde e utilizar procedimentos e formas de planejar a assistência da melhor forma. Todos com o objetivo de facilitar a prestação desse cuidado constante e completo.

Para que a coordenação do cuidado tenha efetividade, muitos profissionais se envolvem, procurando intervir para que sempre o resultado esperado seja atingido. Vale lembrar que um estabelecimento de saúde possui especificações, complexidades e diversos níveis de serviço e atendimento. Para que tudo flua de forma eficaz dentro da coordenação do cuidado, precisa existir cooperação e integração entre toda a equipe e serviços da unidade.

Tipos de coordenação

O objetivo da Atenção Primária à Saúde é organizar o atendimento da saúde de modo que atenda grande parte das necessidades dos pacientes. Frente a isso, três diferentes tipos de coordenação implementam as relações interpessoais e interorganizacionais de diferentes maneiras. São elas: a coordenação sequencial, a recíproca e a coletiva.

A coordenação sequencial se caracteriza quando um paciente encontra os profissionais logo depois de uma situação de doença. Como o nome diz, em uma sequência. Um exemplo é o paciente com dor no joelho, que é então encaminhado pela Atenção Primária à Saúde ao traumatologista.

A coordenação recíproca é quando um paciente é tratado de forma simultânea por diversos profissionais. É o caso de um paciente com hipertensão que é acompanhado pelo médico da Atenção Primária à Saúde, pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS) e por um cardiologista.

Já a coordenação coletiva está relacionada a uma equipe de profissionais que se responsabiliza continuamente com a tomada de decisão dos pacientes, de acordo com uma decisão feita em conjunto. Um exemplo é um paciente com câncer, que é acompanhado por diversos especialistas que discutem o caso, como fisioterapeutas, psicólogos, oncologistas, médicos da Atenção Primária à Saúde, entre outros.

Independente do tipo de coordenação, eles precisam ser ajustados em prol das necessidades do paciente, na Atenção Primária em Saúde. 

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Evitando falhas

A coordenação do cuidado pode abranger várias equipes de saúde ao mesmo tempo. Se todos esses setores estiverem em sintonia, a tendência é que exista uma maior eficiência no sistema de saúde. O local para onde ele deve ser encaminhado é traçado com determinação, as informações passadas de um setor para outro são feitas de forma competente, as responsabilidades por aqueles pacientes são distribuídas. Tudo deve ser realizado com um foco: superar os problemas assistenciais e focar na igualdade, fazendo com que a Atenção Primária à Saúde cumpra seu papel no Sistema Único de Saúde. 

Um profissional de saúde consegue perceber falhas de coordenação, como quando um paciente é encaminhado para o local errado. Ou quando há pouco êxito na solução do problema, seja por falta de informação ou por dados incorretos.

Outro tipo de falha que pode ocorrer é quando o paciente precisa contar e recontar sua história para profissionais diferentes do SUS. Esse retrabalho não apenas representa desperdício de tempo e dinheiro, como também pode ocasionar falhas ou ruídos de comunicação. Sem um sistema eficiente que centralize todas as informações do paciente, corre-se o risco de cometer um deslize caso o cidadão esqueça de passar alguma informação que poderia ser relevante para aquele profissional, depois de já tê-la repetido outras vezes para outros. 

Em sistemas públicos de saúde como o SUS, a organização entre níveis assistenciais e a coordenação horizontal caracterizam um apoio para que a coordenação clínica seja feita pelos profissionais da saúde. Logo, para que tudo flua, é necessário que o nível assistencial se estabeleça geograficamente. Também é preciso definir população, suas responsabilidades, funções e missões estipuladas para os serviços de saúde que compõem essa rede.

Atributos da Atenção Primária à Saúde se complementam

Além da coordenação do cuidado, a Atenção Primária à Saúde também conta com outros três atributos. São eles: primeiro contato, longitudinalidade e integralidade. Assim, os quatro se complementam. 

  • Primeiro contato ou acesso
    Como está implícito no nome, trata-se do primeiro contato no sistema. Ou seja, a porta de entrada. E para que funcione este atributo, o acesso precisa ser facilitado sempre. Isso independente da localização ou mesmo que a demanda esteja muito alta.
  • Longitudinalidade
    A longitudinalidade do cuidado se refere ao acompanhamento do paciente no decorrer do tempo. Esse acompanhamento é feito por profissionais de APS e é uma propriedade central da assistência. Também pode ser chamado de continuidade do cuidado. A longitudinalidade tem a ver com resultados positivos, e por esse motivo seu uso é utilizado para avaliação da ATP. Assim, incentivando um bom resultado em relação aos pacientes, e consequentemente, uma boa avaliação.
  • Integralidade
    Consiste em entender o paciente como um todo, lidando com as suas necessidades. Dessa forma, para atender de forma integral, os profissionais precisam estar aptos para resolverem o problema ou encaminharem o indivíduo a um especialista que possa ajudar. Este atributo também está relacionado à rede de recursos que o sistema oferece para lidar com cada tipo de problema. 

Assim, a coordenação do cuidado complementa – e é complementada – pelos outros três atributos essenciais da Atenção Primária à Saúde. É ela que vai coordenar a jornada do paciente após o primeiro acesso, ao longo do tempo e buscando o atendimento de forma integral.

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NATALIA CUMINALE

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.

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