Inovações na uro-oncologia e a importância da pesquisa clínica no Brasil
Inovações na uro-oncologia e a importância da pesquisa clínica no Brasil
Neste mês de abril, realizamos em São Paulo a 14ª
Neste mês de abril, realizamos em São Paulo a 14ª edição do Congresso Internacional de Uro-Oncologia. O evento, já considerado o segundo maior da área em todo o mundo, contou com um número recorde de inscritos e a participação de especialistas nacionais e de outros países.
A programação apresentou inovações terapêuticas relevantes para tumores de próstata, rim e bexiga, além de trazer para o debate as novas tecnologias que melhoram diagnósticos e tratamentos. As mesas e palestras também contemplaram a atuação multiprofissional e a Educação na Oncologia, com uma visão mais abrangente para a trajetória do paciente com câncer.
Nos tumores de próstata, destaco a avaliação de novos testes moleculares e genéticos para auxiliar na decisão do melhor tratamento inicial na doença localizada. A análise pode indicar, por exemplo, as vantagens de apenas observarmos os pacientes com segurança, em vez de iniciar um tratamento imediato como cirurgia ou a radioterapia.
Destacamos novas drogas inteligentes, como as radioativas, drogas que bloqueiam a capacidade do tumor de reconstituir, e o uso da imunoterapia em casos específicos.
Os debates trouxeram comparações relevantes sobre os efeitos colaterais comparativos do tratamento cirúrgico e radioterápico, que auxiliam médico e paciente a discutir as melhores intervenções.
As novidades das técnicas cirúrgicas também tiveram espaço relevante, com os avanços da cirurgia robótica e dos tratamentos radioterápicos, envolvendo maior precisão com doses maiores em menos tempo do que era feito no passado.
No câncer de bexiga, o uso dos anticorpos conjugados às drogas está revolucionando o tratamento. São moléculas que se ligam aos tumores e liberam só dentro dele o medicamento.
Na área de câncer de rim, trouxemos os tratamentos com novos imunoterápicos, combinados entre si ou com outras drogas, que são os bloqueadores de angiogênese, com resultados bastante positivos. Também destacamos o papel da cirurgia minimamente invasiva, através do congelamento ou aquecimento.
Evento de uro-oncologia abriu espaço para debates sobre pesquisa clínica
Durante o Congresso, o Instituto Vencer o Câncer promoveu a mesa “Pesquisa Clínica em Centros de Alta Complexidade em Oncologia (Cacons) e Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (Unacons) – Onde a Oncologia no SUS acontece de verdade”. Foram debatidos temas de gestão, financiamento e organização para a realização dos estudos clínicos nestas unidades.
Trouxemos a experiência do projeto Amor à Pesquisa Contra o Câncer no Brasil, idealizado e realizado pelo Instituto. Mostramos a prática dos seis centros que foram contemplados no primeiro edital do programa, que busca aumentar o acesso da população aos novos protocolos e drogas promissoras, principalmente do Norte e Nordeste do país.
Atualmente, o projeto atua em clínicas e hospitais públicos e filantrópicos dos Estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Paraíba, Bahia e Mato Grosso do Sul e alguns centros já realizam pesquisas epidemiológicas, contribuindo para dados relevantes sobre o câncer no Brasil.
A pesquisa clínica movimenta a Medicina, capacita profissionais, organiza processos, beneficia pacientes e, numa visão ampla, melhora a saúde da população ao promover o acesso e o desenvolvimento de melhores medicamentos e procedimentos.
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NATALIA CUMINALE
Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.