Cientistas austríacos desenvolvem corações em miniaturas
Cientistas austríacos desenvolvem corações em miniaturas
Cientistas da Academia Austríaca de Ciências acreditam ter desenvolvido os
Cientistas da Academia Austríaca de Ciências acreditam ter desenvolvido os organóides cardíacos, ou mini-corações humanos, mais realistas já relatados na literatura científica – o estudo foi publicado na Cell. Essas estruturas cujo tamanho se assemelha a sementes têm a função de imitar a atividade cardíaca de um embrião de 25 dias de vida, o que pode ajudar a obter novas informações sobre doenças do coração e seus tratamentos.
No estudo, os componentes em miniatura são capazes de organizar-se por conta própria a partir de células-tronco pluripotentes, formando uma câmara oca capaz de pulsar. O método de criação envolve também estimular diversas vias de sinalização nas células-tronco, sem que haja necessidade de utilizar outras técnicas de engenharia de tecidos. Desta forma o crescimento do tecido se torna semelhante ao processo de desenvolvimento do coração em humanos.
Segundo os cientistas, essa forma de criar mini-órgãos revolucionou o setor de pesquisa biomédica nos últimos 10 anos, mas faltava um modelo mini de coração para concluir a lista de órgãos internos importantes desenvolvidos dessa forma. “Os organóides cardíacos têm um potencial incrível para desvendar defeitos cardíacos congênitos em humanos. Como o sistema é fisiológico e escalonável, isso abre enormes possibilidades para a descoberta de medicamentos e medicina regenerativa”, avalia Sasha Mendjan, um dos pesquisadores do estudo, para o Medgadget.
A motivação dos pesquisadores nessa pesquisa foi baseada no fato de que aproximadamente 18 milhões de pessoas morrem todos os anos devido a doenças cardiovasculares, o que torna o quadro clínico a principal causa de óbitos no mundo. Além disso, as anomalias físicas mais recorrentes em crianças acontecem no coração. Apesar do otimismo, essa tecnologia ainda vive sua fase inicial e os pesquisadores estão tentando aprimorar suas técnicas para poderem criar e usar os organóides na medicina.
“A auto-organização dos órgãos é muito mais dinâmica e está acontecendo muita coisa que não entendemos. Achamos que essa ‘mágica oculta’ do desenvolvimento, as coisas que ainda não conhecemos, é a razão pela qual as doenças atualmente não são modeladas muito bem”, concluiu o cientista.
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NATALIA CUMINALE
Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.