O CES 2025 se consolida como um ponto de convergência para as mais recentes inovações tecnológicas e é considerado o maior evento de tecnologia do mundo. Direto de Las Vegas, nos EUA, o Consumer Electronics Show foi, mais uma vez, um retrato de como a tecnologia está redefinindo a experiência humana em diversas áreas ao apresentar as novidades de mais de 4 mil expositores de 160 países nos primeiros dias de 2025.

No campo da saúde, o evento reafirmou uma mudança fundamental: o setor não foca mais somente em cura, mas em antecipação, personalização e humanização. Entre as muitas inovações apresentadas, é possível identificar tendências que revelam para onde a medicina está caminhando – e como a tecnologia está permitindo que o futuro da saúde seja cada vez mais digital e centrado no paciente.

Embora a inteligência artificial tenha sido um dos principais focos, expositores e palestrantes destacaram também tendências que vão desde wearables até inovações em dispositivos de reabilitação e monitoramento remoto. Mais do que novos produtos, fica evidente a mudança na forma como os profissionais de saúde se relaciona com seus pacientes e como os dados são utilizados para personalizar o cuidado e otimizar a gestão da saúde.

Isso porque a saúde está se tornando cada vez mais preventiva e menos reativa. Big data e IA permitem uma análise aprofundada de padrões que, antes, passariam despercebidos. Sistemas avançados conseguem identificar predisposições e emitir alertas precoces, promovendo intervenções oportunas e reduzindo custos para sistemas de saúde.

Essas soluções não apenas otimizam o aprendizado e o atendimento, mas também colocam o paciente no centro da experiência, com interações mais personalizadas e eficazes. É o caso do uso de tecnologias imersivas, como realidade virtual e aumentada, para treinamento de profissionais de saúde, simulando procedimentos complexos em ambientes controlados e seguros. No CES, foram apresentados, entre outros, ambientes imersivos que são usados como terapia para tratar fobias, estresse pós-traumático e ansiedade.

No centro dessa evolução está a capacidade de transformar dados em decisões. Soluções digitais que integram históricos médicos, exames e informações captadas em tempo real são fundamentais para personalizar tratamentos e garantir que cada paciente receba o cuidado adequado às suas necessidades individuais.

Nesse sentido, dispositivos vestíveis e itens para monitoramento remoto apresentam clara evolução no CES. Wearables como relógios inteligentes, sensores de saúde e roupas inteligentes estão se tornando ferramentas poderosas para o monitoramento contínuo da saúde. Esses dispositivos vão além do simples rastreamento de atividades físicas e acompanham dados vitais, como pressão arterial, níveis de glicose, ritmo cardíaco e saturação de oxigênio. Sem dúvidas, isso abre novas possibilidades para a medicina preventiva.

A robótica também se destaca com soluções cada vez mais sofisticadas voltadas para a reabilitação e assistência. Essa área se torna cada vez mais acessível e eficaz, com o potencial de melhorar significativamente a qualidade de vida de pacientes em recuperação de lesões graves ou doenças degenerativas. Essas inovações têm um impacto direto no envelhecimento saudável, com tecnologias que oferecem maior autonomia aos idosos.

Um olhar brasileiro

À medida que essas tendências globais se consolidam, o Brasil avança em sua própria jornada de transformação na saúde. Iniciativas inovadoras vêm mostrando como a tecnologia pode ser uma ponte entre desafios locais e soluções globais, adaptando ferramentas avançadas à realidade dos profissionais de saúde e das instituições brasileiras.

A digitalização está criando possibilidades para sistemas de saúde mais acessíveis e eficientes. E o Brasil tem talento, capacidade e visão para ser um protagonista em um futuro da saúde que será colaborativo, inteligente e profundamente humano.

*Andrey Abreu, Diretor Corporativo de Tecnologia da MV