Na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo tratamento contra o câncer de pulmão. Trata-se da combinação do medicamento nivolumabe com o ipilimumabe, junto a dois ciclos de quimioterapia à base de platina. Com o aval da agência, o uso da terapia torna-se a primeira linha de tratamento para os pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastáticas, que não possuem a mutação EFGR ou ALK.2. O câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer entre homens e mulheres, representando quase 25% de todas as mortes pela doença.

É a primeira vez que o uso combinado de dois tratamentos é aprovado no Brasil. Apesar do nivolumabe e do ipilimumabe trabalharem através de diferentes mecanismos de ação, a junção das duas terapias pode atuar de forma complementar, conforme indicaram os resultados do ensaio clínico CheckMate-9LA.

No estudo, houve o aumento da sobrevida em um grupo amplo de pacientes. Os pesquisadores indicaram que, após 2 anos de tratamento, 38% daqueles que utilizaram os remédios combinados com dois ciclos de quimioterapia permanecem vivos por cerca de treze meses a mais do que 26% dos pacientes que passaram por quatro ciclos de quimioterapia. Nos casos onde foi realizada a quimioterapia isolada, a sobrevida foi de pouco mais de 5 meses e meio.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que, a cada ano, 17.760 homens e 12.440 mulheres serão atingidos por novos casos de câncer de pulmão. Entre as causas para esta doença, está o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco.