Brasil IPE: Astrazeneca e IPT criam hub de inovação

Brasil IPE: Astrazeneca e IPT criam hub de inovação

Soluções para acelerar o diagnóstico, integração de dados e sistemas são alguns dos objetivos do Brasil IPE

By Published On: 12/07/2023
Lançamento do Brasil IPE, hub de inovação da AstraZeneca com o IPT, contou com a presença de executivos da farmacêutica e autoridades do Governo (Foto: divulgação)

Lançamento do Brasil IPE, hub de inovação da AstraZeneca com o IPT, contou com a presença de executivos da farmacêutica e autoridades do Governo (Foto: divulgação)

A inovação colaborativa tem ganhado cada vez mais espaço na área da saúde. Através de parcerias com planos de saúde, hospitais, laboratórios e startups, as empresas têm buscado encontrar meios de aumentar o acesso, tornar a saúde cada vez mais digital e facilitar que as informações cheguem à sociedade. Neste contexto, AstraZeneca e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), vinculado ao Governo do Estado de São Paulo, firmaram um contrato no último dia 6 de julho para criar um hub de inovação, o Brasil IPE. O objetivo é construir soluções para acelerar o diagnóstico de doenças, educação, integração de dados e sistemas, com foco em evidências de vida real, adesão ao tratamento e acompanhamento do paciente.

O local irá conectar startups, parceiros estratégicos da farmacêutica e a estrutura de um dos maiores centros de pesquisa aplicada do país para buscar soluções que mudem de forma estrutural a saúde. Através do programa IPT Open, a AstraZeneca se torna a primeira empresa da saúde a criar o seu próprio hub de inovação dentro do Instituto.

“Um dos projetos que iniciamos no IPT é como a gente consegue fazer a integração de dados do sistema público de saúde para que a gente possa trazer cada vez mais benefícios para o paciente. Benefícios como melhor gerenciamento de filas no setor público, melhor gestão dos hospitais em relação à alocação de recurso, dados integrados que você possa trazer o real world evidence dos pacientes que são tratados dentro dessas instituições”, explica Olavo Corrêa, presidente da farmacêutica no Brasil.

Ainda, o hub Brasil IPE integrará a A.Catalyst Network, uma rede mundial de hubs de inovação da AstraZeneca que conta com mais de 20 centros. Atualmente são 108 projetos em execução, desenvolvidos juntos aos mais de 600 parceiros. O hub brasileiro irá se comunicar com eles para que possam trocar experiências e chegar a soluções que estejam adequadas aos sistemas do país.

“O grande objetivo que nós todos temos é que esses projetos que a gente vem desenvolvendo, todas as novas soluções, possam ser aplicadas para todos. A população tem que ser atendida de uma forma ampla, tanto pública quanto privada, e são desafios importantes. Temos que ter consciência da complexidade desse tipo de ação, não é um tema fácil trabalhar com saúde pública, mas se a gente conseguir consolidar os passos, colocando tijolinhos, dentro das etapas necessárias, vamos conseguir criar modelos que possam ser aplicados tanto para para um ambiente público quanto privado”, afirma Claudia Caparelli, diretora de novos negócios, inovação e IPT Open do instituto.

Parceiros envolvidos

O projeto envolve os prestadores de serviços que são estratégicos para a AstraZeneca e que atuam na ponta com os pacientes. Eles poderão, junto à equipe, levar as principais dores do sistema para que o hub de inovação possa buscar soluções nesse sentido, dentro dos temas que façam a diferença na vida da população. Ao todo, 10 empresas estão participando, entre elas o Grupo Fleury, Dasa, Rede D’or e a Lenovo.

“O Hospital Israelita Albert Einstein também está conectado no nosso hub de inovação. Estamos buscando cada vez mais como conseguimos diagnóstico precoce, por exemplo, para doenças pulmonares. A gente sabe que o diagnóstico acaba sendo muito lento e às vezes não existe. A taxa para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), por exemplo, é super baixa no Brasil, cerca de 35% dos pacientes são diagnosticados. Como é que a gente consegue ter uma inteligência artificial que possa trazer cada vez mais diagnóstico aos pacientes?”, observa o presidente da AstraZeneca no Brasil.

Algumas soluções que já estão sendo desenvolvidas com os parceiros podem ser levadas para o hub Brasil IPE, assim como a empresa almeja levar as startups que já atuam com eles no desenvolvimento de projetos. Apesar de não ter um número exato de soluções que desejam alcançar, o projeto tem potencial para impactar milhares de pessoas no país. Estima-se que as mais de 100 iniciativas desenvolvidos pelos outros hubs ligados à A.Catalyst Network impactaram mais de 3,3 milhões de pessoas.

A estrutura física será construída nos próximos meses, dentro do próprio Instituto de Pesquisas Tecnológicas, em Sâo Paulo, que tem mais de 124 anos e está localizado em uma estrutura de 240 mil metros quadrados e 40 laboratórios dedicados à pesquisa, além dos centros e hubs de inovação construídos em parcerias com empresas privadas.

Potencial do projeto Brasil IPE

Seja por meio da integração de dados ou acelerar o diagnóstico de doenças, o hub de inovação também deve trazer mais economia e eficiência à saúde. De um lado, pode reduzir desperdícios com exames e consultas desnecessárias ao fazer com que os sistemas utilizados na rede pública se comuniquem. De outro, a detecção precoce de câncer de pulmão, por exemplo, pode aumentar as chances de tratamento e reduzir custos com terapias, que tendem a ser mais caros em estágios mais avançados.

Olavo Corrêa observa que “essa iniciativa reflete um compromisso com a inovação em saúde no Brasil. A gente quer realmente ser esse agente catalisador da transformação digital da saúde do país. Trabalhar cada vez mais em colaboração com todo o ecossistema faz com que demonstremos isso em ordens práticas não só pro mercado, mas  reflita cada vez mais o propósito da AstraZeneca em relação a isso”.

A criação de hubs de inovação e parcerias com startups tem sido cada vez mais frequente na indústria farmacêutica, em busca de soluções que envolvam tecnologia. Através desses movimentos, o ecossistema de saúde tem se fortalecido para melhorar a saúde da população. No entanto, a AstraZeneca é a primeira de saúde a criar uma estrutura através junto ao IPT Open, que já conta com outros hubs de inovação de Siemens Energy, Siemens, Klabin, Kimberly-Clark e 3M.

“Os projetos que o IPT sempre atuou foram muito voltados para a biotecnologia, devices e wearables, voltados para a questão de como unir a deeptech com a saúde humana ou um caso muito específico de alta complexidade, como xenotransplantes, criando um ambiente seguro e qualidade para conseguir fazer esse processo. Em saúde digital, no formato que está sendo feito com AstraZeneca, é algo bem inovador, que fortalece essas iniciativas em ciências da vida, mas voltado para essa questão da digitalização e saúde preditiva, e como futuramente conectar todas essas frentes para trazer mais acesso às pessoas”, observa Claudia Caparelli, do IPT.

Rafael Machado

Jornalista com foco em saúde. Formado pela FIAMFAAM, tem certificação em Storyteling e Práticas em Mídias Sociais. Antes do Futuro da Saúde, trabalhou no Portal Drauzio Varella. Email: rafael@futurodasaude.com.br

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NATALIA CUMINALE

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.

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