Acesso e autocuidado devem ser prioridade na saúde, diz presidente da Haleon no Brasil
Acesso e autocuidado devem ser prioridade na saúde, diz presidente da Haleon no Brasil
Nova pesquisa realizada pela Haleon avaliou o nível de inclusão e acesso dos sistemas de saúde de 40 países, entre eles, o Brasil
A inclusão é um tema que sempre esteve presente nos debates sobre saúde, mas que ganhou mais relevância durante a pandemia de Covid-19, quando ficou claro para o mundo a importância de se garantir acesso igualitário ao sistema de saúde. O Brasil tem muitos pontos positivos nesse sentido com o acesso universal em sua rede pública, mas há outros a serem melhorados, como o estímulo ao autocuidado, qualidade do atendimento e preço de medicamentos. É o que mostra um novo estudo encomendado pela Haleon – multinacional dona de marcas como Sensodyne e Centrum – denominado Health Inclusivity Index, ou Índice de Inclusão em Saúde.
O índice, que contou com a parceria da unidade de pesquisa do Economist Impact, se propôs a analisar o grau de inclusão de 40 países, incluindo o Brasil. Foram considerados fatores sociais, econômicos, culturais e políticos, levando em conta diferentes políticas públicas implementadas em cada país. Esses critérios foram agrupados em três grandes eixos: saúde na sociedade, sistemas de saúde inclusivos e empoderamento individual e da comunidade.
De acordo com os critérios estabelecidos, os pesquisadores organizaram os países em um ranking. Os países melhores posicionados – ou seja, com mais pontos – acumulavam mais pontos. O Brasil ficou em 19° no ranking, com 72.05 pontos, ligeiramente acima da média global, de 69.3.
O índice ainda identificou pontos positivos do Brasil. Dentre eles estão a cobertura universal, a criação de políticas voltadas a grupos vulneráveis, o bom autocuidado, aliado de um atendimento mais personalizado à população, um programa de saúde da família e uma forte política nacional de saúde bucal. A pesquisa destaca ainda que o país é um dos 14 a terem uma política nacional de telemedicina com plano claro de implementação. Segundo o índice, a aposta em telemedicina – impulsionada após a pandemia – ajuda na ampliação do acesso à saúde, principalmente da atenção primária.
Yanir Karp, presidente da Haleon no Brasil, vê a telemedicina com bons olhos: “A telemedicina pode descongestionar o sistema de saúde e deixar o atendimento frente a frente com um médico só em casos com maior gravidade. Então para mim, a telessaúde chegou para ficar e continuar crescendo”
Karp também reforça que o Brasil está avançando em termos de conscientizar a população em relação à importância do autocuidado. Ele destaca que o país desempenha um papel importante em disseminar informações que auxiliam os brasileiros a cuidarem da própria saúde.

Pontos a melhorar, segundo pesquisa da Haleon
No entanto, por mais que essa questão esteja evoluindo, segundo o presidente, ainda há muito o que ser feito. Karp explica que o incentivo ao autocuidado ainda é um dos grandes desafios para muitos países, inclusive o Brasil: “É preciso fomentar o autocuidado como um todo, inclusive a prevenção, como ter uma boa alimentação, dormir por tempo suficiente e fazer atividade física”.
Houve também outros pontos negativos identificados no Brasil, como o alto preço de medicamentos não cobertos pelo SUS – o que acarreta um peso financeiro significativo para parte da população -, a falta de profissionais qualificados e a insatisfação com a qualidade do atendimento, que fazem com que a população deseje cobertura adicional por meio de planos de saúde privados.
Tendo esses pontos em vista, Yanir considera que a prioridade do governo brasileiro deve ser a alfabetização da saúde. “É ensinar as pessoas sobre o que é ser saudável e o que é saúde”, ele explica. O executivo também menciona a importância do acesso dentro do sistema de saúde para que a população seja atendida com qualidade, recursos e a tempo.
Yanir conta que o índice já foi mostrado – e com muita receptividade – às organizações de países como Colômbia e inclusive o Brasil. Em Brasília, segundo ele, o estudo foi mostrado ao Ministério da Saúde e outras entidades, incluindo universidades. Futuramente, a pesquisa será apresentada ao México e a alguns países europeus.
Já há planos para a ampliação do índice, que ainda esse ano deve ganhar uma extensão com mais 20 países. E para 2024, esse número pode crescer ainda mais. “A ideia é que o índice fique cada vez mais completo. O nosso intuito é compartilhar os aprendizados desse índice e contribuir com a educação e qualidade de vida da população”. E completa dizendo que o índice pode auxiliar governantes “na identificação de argumentos para acelerar políticas ou criar outras novas”.
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NATALIA CUMINALE
Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, na newsletter, com uma curadoria semanal, no podcast, nas nossas redes sociais e com conteúdos no YouTube.