A saúde mental pós-covid

A saúde mental pós-covid

Os pesquisadores têm apontado para um aumento no surgimento de

By Published On: 18/08/2020

Os pesquisadores têm apontado para um aumento no surgimento de transtornos mentais por causa da pandemia de coronavírus. Tanto que no mundo da saúde mental fala-se que os problemas psiquiátricos virão como uma nova onda pós-covid.

Um estudo publicado recentemente na plataforma medRxiv, que ainda não foi revisado por pares, apontou que, a cada 16 pacientes com covid-19, um poderá ser diagnosticado uma doença mental três meses após a infecção pelo vírus. O levantamento considerou dados de 62.000 sobreviventes da covid-19.

O risco é cerca de duas vezes maior do que o esperado e é ainda maior entre pacientes que foram hospitalizados, disse o líder do estudo Maxime Taquet, da Universidade de Oxford, à Reuters. Ansiedade foi o transtorno mais comum, mas depressão, insônia e, raramente, demência, também foram vistos, segundo ele.

O estudo também encontrou taxas de covid-19 mais altas do que a média em pessoas com um diagnóstico psiquiátrico anterior. A mensagem é: “Se você sentir ansiedade, mau humor, insônia ou perda de memória após covid-19, você deve consultar um profissional, pois pode haver maneiras de melhorar esses sintomas”, disse Taquet.

De acordo com um levantamento feito pelo STAT com especialistas na área, 1 em cada 3 pacientes que se recuperam de covid-19 podem ter sequelas neurológicas ou psicológicas de suas infecções. É crescente o consenso de que a doença pode ter um impacto duradouro no cérebro. Além da fadiga após a recuperação, esses problemas neuropsicológicos variam de dor de cabeça, tontura e perda prolongada de olfato ou paladar a distúrbios de humor e comprometimento cognitivo mais profundo.

“Nós diríamos que talvez entre 30% e 50% das pessoas com uma infecção que tem manifestações clínicas vão ter algum tipo de problema de saúde mental”, disse Teodor Postolache, professor de psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade de Maryland, ao STAT. “Isso pode ser ansiedade ou depressão, mas também sintomas inespecíficos que incluem fadiga, sono e anormalidades da vigília, uma sensação geral de não estar no seu melhor, não estar totalmente recuperado em termos de capacidade de desempenho acadêmico, ocupacional e potencialmente físico.”

Ainda é cedo para dizer exatamente qual a frequência dessas consequências, quanto tempo elas duram e se são passageiras ou permanentes. Os médicos e cientistas ainda estão compreendendo a doença e as possíveis sequelas a longo prazo.

Natalia Cuminale

Sou apaixonada por saúde e por todo o universo que cerca esse tema -- as histórias de pacientes, as descobertas científicas, os desafios para que o acesso à saúde seja possível e sustentável. Ao longo da minha carreira, me especializei em transformar a informação científica em algo acessível para todos. Busco tendências todos os dias -- em cursos internacionais, conversas com especialistas e na vida cotidiana. No Futuro da Saúde, trazemos essas análises e informações aqui no site, com as reportagens, na newsletter, com uma curadoria semanal, e nas nossas redes sociais, com conteúdos no YouTube.

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  • Rosana Richtmann

    Infectologista do Instituto Emílio Ribas, Chefe do Departamento de Infectologia do Grupo Santa Joana e Membro dos Comitês de Imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia, de Calendários da Sociedade Brasileira de Imunização e do Comitê Permanente em Assessoramento de Imunização da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. É graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos e possui Doutorado em Medicina pela Universidade de Freiburg, na Alemanha

  • Angélica Weise

    Jornalista formada pela UNISC e com Mestrado em Tecnologias Educacionais em Rede pela UFSM. Antes do Futuro da Saúde, trabalhou nos portais Lunetas, Drauzio Varella e Aupa.

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